No final do ano passado, finalizei um dos ciclos mais importantes da minha vida: a faculdade. Foram cinco anos na graduação de Estudos de Mídia estudando muito sobre comunicação, cultura, sociologia, política, mídias, identidade, consumo e muito mais. Embora tenha sido um bom aluno (com boas notas), sei que não aproveitei a universidade em todo o seu potencial – em vários sentidos, mas principalmente também quanto ao aprendizado. Sei que não sou completamente responsável por essa negligência – coloca aí na conta a falta de maturidade, um sistema de ensino ainda ultrapassado (mesmo num curso progressista como o meu), despreparo acadêmico, etc. -, mas reconheço que poderia ter aproveitado muito mais.
Inicio hoje aqui no blog, portanto, mais essa série de posts (não tão compromissadas quanto outras que já fiz, sem periodicidade definida nem promessas possivelmente falhas) na tentativa de tirar esse atraso. Acrescento a isso também outros dois motivos principais: 1) o meu “projeto” de mestrado (não o material, mas o projeto enquanto concepção mais abrangente), que engloba uma vontade de me manter atualizado com publicações recentes dentro do meu campo de interesse ao mesmo tempo em que (re)descubro leituras importantes/fundamentais para a minha área; 2) e, não menos importante, o meu humilde desejo – e tentativa constante – de expandir os muros da academia, trazendo-a para espaços mais abertos, já que muitas vezes a produção acadêmica (pública e de excelência, pelo menos no Brasil) não é tão bem aproveitada.
Neste primeiro post, compartilho 10 artigos que li recentemente – nas últimas semanas ou no máximo nos últimos meses. Apenas para fins de conteúdo, separei-os em três categorias: descobertas metodológicas, estudos de caso e reflexões epistemológicas. O primeiro grupo são quatro artigos cujo principal crédito que extrai da leitura foi um quadro de trabalho metodologicamente interessante e possivelmente replicável em futuras pesquisas; O segundo também são estudos de caso, mas o foco principal não é a metodologia e sim a análise com diferentes práticas metodológicas (quantitativas e qualitativas); O terceiro tem um nome pomposo (porque a academia gosta), porém é basicamente um conjunto de artigos que reflete sobre a prática de pesquisa desde a sua composição crítica até sua perspectiva prática.
DESCOBERTAS METODOLÓGICAS
Political Storytelling on Instagram: Key Aspects of Alexander Van der Bellen’s Successful 2016 Presidential Election Campaign (2017)
Karin Liebhart, Petra Bernhardt
This article addresses the strategic use of Instagram in election campaigns for the office of the Austrian Federal President in 2016. Based on a comprehensive visual analysis of 504 Instagram posts from Green-backed but independent presidential candidate Alexander Van der Bellen, who resulted as winner after almost one year of campaigning, this contribution recon- structs key aspects of digital storytelling on Instagram. By identifying relevant image types central to the self-representation of the candidate, this article shows how a politician makes use of a digital platform in order to project and manage desired images. The salience of image types allows for the reconstruction of underlying visual strategies: (1) the highlighting of the candidate’s biography (biographical strategy), (2) the presentation of his campaign team (team strategy), and (3) the pre- sentation of the candidate as a legitimate office holder (incumbent strategy). The article thus sheds light on visual aspects of digital storytelling as relevant factor of political communication.
Este artigo eu li para produzir o relatório EM BUSCA DO MELHOR ÂNGULO: a imagem dos presidenciáveis no Instagram – uma análise quanti-qualitativa com inteligência artificial lançado pelo IBPAD recentemente. As categorias de classificação propostas pelos autores foi replicada nesse novo trabalho, apenas com algumas adaptações/adições às originais. Além da ótima fundamentação teórica e discussão sobre política, também pode ser muito interessante para quem estuda auto-apresentação nas mídias sociais (principalmente no Instagram). Se tudo de certo, espero transformar o relatório que fizemos num artigo ainda mais crítico e reflexivo sobre o modo como esses políticos brasileiros se apresentam na plataforma. Clique aqui para baixar.
‘‘Privacy’’ in Semantic Networks on Chinese Social Media: The Case of Sina Weibo (2013)
Elaine J. Yuan, Miao Feng, James A. Danowski
Unprecedented social and technological developments call into question the meanings and boundaries of privacy in contemporary China. This study examines the discourse of privacy on Sina Weibo, the country’s largest social medium, by performing a semantic network analysis of 18,000 postings containing the word ‘‘ (privacy).’’ The cluster analysis identifies 11 distinct yet organically related concept clusters, each representing a unique dimension of meaning of the complex concept. The interpretation of the findings is situated in the discussion of the rapidly evolving private realm in relation to emerging new contexts of the public realm. Privacy, justified for both its instrumental functions and intrinsic values, both reflects and constitutes new forms of sociality on the sociotechno space of Weibo.
Outro artigo que foi essencial para uma produção minha. Recentemente descobri a partir de indicação de Tarcízio Silva a fantástica ferramenta WORDij. É uma ferramenta que, na verdade, agrega várias mini-ferramentas, mas (por falta de conhecimento) minha utilização tem sido voltada para a rede semântica de palavras que ela é capaz de gerar. No artigo em questão, os pesquisadores a utilizaram para analisar 18.000 posts sobre “privacidade” num site de rede social chinês – e conseguiram identificar 11 clusters distintos a partir da co-ocorrência de palavras, criando um mapa discursivo para os territórios conceituais abordados. Utilizei a mesma metodologia para produzir artigo no prelo, analisando 4.000 comentários de uma notícia do G1. Clique aqui para baixar.
A Forma Perspectiva no Twitter: uma técnica quanti-qualitativa para estudos de Redes Sociais (2014)
Lorena Regattieri, Fábio Malini, Nelson Reis, Jean Medeiros
Como podemos identificar perspectivas em grandes redes, através da aplicação de algoritmos de modularidade? Em humanidades digitais (MORETTI, 2013; JOCKERS, 2013), há um bom número de trabalhos acadêmicos explorando rotinas computacionais para agrupar e analisar grande quantidade de dados. Recentemente, dados sociais tornaram-se uma fonte valiosa para estudar fenômenos coletivos, eles fornecem os meios para compreender a coletividade humana por meio de análise de grafos. Neste trabalho, descrevemos a nossa abordagem sobre a forma da antropologia pós-social (VIVEIROS DE CASTRO, GOLDMAN, 2012), utilizando de técnicas de análise quanti-qualitativa e semântica. Esta técnica utiliza um script python para extrair a rede de co-ocorrência de hashtags de um do Twitter, a fim de aplicar no contexto do software open-source Gephi, gerando grafos. Assim, podemos descobrir o fluxo de perspectivas que envolvem uma controvérsia, categorias que revelam os pontos de vista em um debate disposto na rede. Nesse trabalho, utilizamos como estudo de caso o evento da Copa do Mundo 2014 no Brasil, precisamente, os dados relacionados a rede FIFA. Concluindo, este estudo apresenta um quadro teórico e metodológico baseado nos pós-estruturalistas, uma composição que tem como objetivo apoiar estudos no campo das ciências sociais e humanas, e provoca novas possibilidades para os estudos comunicacionais.
Esse artigo eu resolvi ler porque sabia que abordava propostas metodológicas para apresentação/visualização de redes de co-ocorrência utilizando o Gephi. Ou seja, seria um complemento à ferramenta e processo do artigo anterior. Confesso que a primeira parte, na qual os autores tentam associar a teoria ator-rede e antropologia pós-social com as humanidades digitais, é meio estranha, mas o estudo de caso com hashtags da FIFA apresentado ao fim entrega justamente o que eu estava procurando: melhores práticas para layouts de co-ocorrência no Gephi. Tenho testado as sugestões do artigo e ainda não encontrei uma “fórmula pronta”, mas as reflexões e ponderações de Malini e cia foram importantes para alguns trabalhos que tenho desenvolvido. Clique aqui para baixar.
Facebook and its Disappearing Posts: Data Collection Approaches on Fan-Pages for Social Scientists (2016)
Erick Villegas
Facebook fan-pages are channels of institutional self- representation that allow organizations to post content to virtual audiences. Occasionally, posts seem to disappear from fan-pages, puzzling page administrators and posing reliability risks for social scientists who collect fan-page data. This paper compares three approaches to data collec- tion (manual real-time, manual retrospective, and auto- matic via NVIVO 10®) in order to explore the different fre- quencies of posts collected from six institutional fan-pages. While manual real-time collection shows the highest fre- quency of posts, it is time consuming and subject to man-ual mistakes. Manual retrospective collection is only effec- tive when filters are activated and pages do not show high posting frequency. Automatic collection seems to be the most efficient path, provided the software be run frequently. Results also indicate that the higher the posting frequency is, the less reliable retrospective data collection becomes. The study concludes by recommending social scientists to user either real-time manual collection, or to run a software as frequently as possible in order to avoid bi- ased results by ‘missing’ posts.
Fechando essa categoria, esse artigo foi recomendação de Marcelo Alves. Confesso que quando vi o título, achei que abordaria as (novas) mudanças da API do Facebook – mas não me atentei à data de publicação, que é de 2016. De qualquer forma, é um artigo bem interessante. Apesar da conclusão relativamente óbvia/esperada, foi interessante para conhecer a ferramenta NVIVO10. Ainda não tive a oportunidade de testá-la, mas quando eventualmente o fizer provavelmente trarei aqui para o blog em forma de análise ou tutorial. Recentemente a Netvizz infelizmente tem perdido várias funcionalidades ótimas por causa do cenário caótico em que Zuckerberg nos deixou, então é sempre bom conhecer outras alternativas. Clique aqui para baixar.
ESTUDOS DE CASO
A discussão pública e as redes sociais online: o comentário de notícias no Facebook (2015)
Samuel Barros, Rodrigo Carreiro
O presente artigo faz uma análise das arenas de discussão estabelecidas em páginas de jornais brasileiros no Facebook. A abordagem proposta reconhece a circulação de material político no Facebook como importante na esfera pública contemporânea para a discussão sobre temas de relevância pública. A amostra é composta por 1.164 comentários coletados nas páginas oficiais da Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. O objetivo é avaliar a qualidade deliberativa dessas arenas, levando em consideração os critérios reciprocidade, provimento de razões, grau da justificativa e respeito, além de discutir elementos estruturais do Facebook, a apropriação social e a discussão pública. No geral, as esferas de conversação da rede criadas em torno das notícias estudadas funcionam como ampliadores da diversidade dos argumentos, demonstrando que, em temas sobre os quais há forte consenso, há uma tendência de ocorrer menores índices de deliberação, além de não haver reciprocidade em quase metade dos comentários e mais de 50% das mensagens não apresentarem qualquer justificativa.
Li esse artigo para tê-lo como referência de uma pesquisa que iria realizar a partir de comentários de uma notícia no Facebook. Esta não se concretizou, mas o artigo ainda assim foi muito interessante. O diferencial da proposta dos autores é que eles não estão interessados numa análise voltada para o conteúdo mais explícito das mensagens (temas, assuntos, etc.), mas nos modos argumentativos e contra-argumentativos dos comentários. Ou seja, a preocupação deles é descobrir se esse ambiente online (comentários de notícias no Facebook) são propícios ou não para um debate saudável, responsável e maduro. A resposta já era de se esperar, mas é sempre bom encontrar referências científicas para sustentar nossas percepções mais óbvias. Clique aqui para baixar.
A fotografia como prática conversacional de dados. Espacialização e sociabilidade digital no uso do Instagram em praças e parques na cidade de Salvador (2018)
André Lemos, Leonardo Pastor
Este artigo investiga empiricamente a prática fotográfica através do aplicativo Instagram. Foram analisadas 305 imagens associadas à geolocalização de quatro praças e parques da cidade de Salvador. A análise foi desenvolvida através de três aspectos: processo de espacialização, processo de sociabilidade e processo de produção de si (retratos e selfies). O uso de metatexto (hashtags, legendas e emojis) e de dados de geolocalização indicam que a prática fotográfica se dá, hoje, como uma prática conversacional de dados. Ela convoca uma ampla rede que passa pelo local escolhido, pelo artefato utilizado, pelas formas de edição e manipulação da imagem, pelos metatextos, pelas geotags, pelo procedimento algorítmico da rede social, pelas formas de compartilhamento… O uso da fotografia em redes sociais é um ator-rede, performativo, algorítmico, muito diferente da prática de produção de fotos analógicas ou mesmo digitais antes do surgimento dessas redes. Isso possibilita aos usuários a criação de um discurso/ narrativa e de uma prática de dados relacionados à fotografia inédita até então.
Recentemente no IBPAD temos trabalhado bastante com projetos e metodologias envolvendo análise de imagens. Este artigo, portanto, surgiu como uma luva para nos acompanhar nessa jornada. Apesar de ser uma análise relativamente simples, cujo foco argumentativo dos autores é ratificar como a relação de sociabilidade entre fotografia e compartilhamento se entrelaça com o aparato algorítmico e “dataficante” das plataformas, o que mais gostei do trabalho foi o apontamento de que estamos sempre nos comunicando. Toda publicação nas mídias sociais comunica alguma coisa para alguém. Esse alguém pode não ter uma delimitação definida, sua recepção pode não ser o que esperamos, mas a mensagem está sempre ali para chegar a um receptor (mesmo que às vezes finjamos que não). Clique aqui para baixar.
O amor nos tempos de Facebook. Narrativas amorosas e performances de si em sites de redes sociais
Deborah Santos
Os sites de redes sociais representam espaços de compartilhamento que estão ressignificando o jeito através do qual as pessoas se relacionam consigo mesmas e com os outros que constituem “sua audiência”. Com a emergência destes espaços, as fronteiras entre o que era considerado como privado e como público estão sendo cada vez mais difusas, e os relatos íntimos encontram nas ágoras virtuais um terreno para se inserir em cenários públicos, reconfigurando assim o limite conceitual que restringe “o íntimo” a espaços de interação limitados em alcance. O presente trabalho é um recorte da minha pesquisa de mestrado e propõe-se entender, partindo da análise de um caso de estudo, de que maneira usuários da rede social Facebook constroem narrativas virtuais durante e após relacionamentos amorosos; usando as ferramentas da etnografia virtual como princípios de aproximação ao nosso objeto e partindo de um caso de estudo particular.
Deborah Rodríguez Santos é mestre e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFF e ofereceu, neste período, a disciplina Dinâmicas Identitárias no Ciberespaço para alunos da graduação de Estudos de Mídia. Fiz a mesma matéria alguns anos atrás e por isso me interessei pelo trabalho da pesquisadora, que é orientada por outra referência também já bastante citada aqui no blog: a Profa. Dra. Beatriz Polivanov. O artigo em questão é uma versão (bem) resumida da sua dissertação, que trabalha com a questão da auto-apresentação nos sites de redes sociais (foco no Facebook) a partir do contexto amoroso entre jovens cubanos. Ou seja, além do interessantíssimo debate sobre performance na internet, atravessa também questões culturais específicas e de um lugar desconhecido para a maioria dos brasileiros. Clique aqui para baixar.
“Sabe o que Rola nessa Internet que Ninguém Fala?”: Rupturas de Performances Idealizadas da Maternidade no Facebook
Ana Souza, Beatriz Polivanov
Partindo da observação de que discussões sobre a maternidade têm ganhado visibilidade no Facebook, fazemos aqui uma análise exploratória de uma postagem da mãe, médica e cantora Júlia Rocha. Buscamos atingir os seguintes objetivos principais: 1) investigar que tipos de discursos têm emergido através desse “fenômeno” e de que modos visam desconstruir ou problematizar valores socialmente relacionados à maternidade e 2) entender o lugar de fala através dos quais tais relatos são produzidos, a partir de uma perspectiva pessoal de alguns “nós” na rede. Concluímos que a postagem de Júlia pode ser entendida enquanto uma ruptura de performances idealizadas da maternidade, atrelada a valores como cuidado dos filhos, de si e da relação conjugal, ganhando visibilidade na cultura digital a partir de uma ideia de “sinceridade” ou “autenticidade”.
Ana Luiza de Figueiredo Souza também é mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFF. Ao lado de Santos e sob supervisão de Polivanov, ministrou a disciplina de Dinâmicas Identitárias no Ciberespaço em Estudos de Mídia neste período. Ambas participam do grupo de pesquisa MiDICom – Mídias Digitais, Identidade e Comunicação, liderado pela última. O artigo também segue parte da pesquisa realizada por Souza em seu mestrado, na qual trabalha com as temáticas de maternidade, auto-apresentação, narrativas pessoais e dispositivos de visibilidade/controle. Destaco especificamente duas questões legais no texto: a discussão sobre “ruptura de performance”, bastante discutida pelo grupo de pesquisa em seus trabalhos mais recentes; e a ótima referência sobre cinco dimensões de persona online, que conheci nesse artigo e resultou nesse post. Clique aqui para baixar.
REFLEXÕES EPISTEMOLÓGICAS
Disputas sobre performance nos estudos de Comunicação: desafios teóricos, derivas metodológicas (2018)
Adriana Amaral, Thiago Soares, Beatriz Polivanov
O presente artigo discute o termo “performance” nos estudos de Comunicação e mídia a partir de um resgate crítico-teórico do mesmo. Partimos de uma reconstituição conceitual do termo em suas vertentes das Ciências Humanas e Sociais francesa e anglo-saxã para apresentarmos seus desdobramentos no campo comunicacional brasileiro, sobretudo no que tange a temáticas como a música e o entretenimento, os fãs e os sites de redes sociais. Argumentamos que os estudos de performance são relevantes para entender as ações humanas, bem como suas mediações com os corpos, aparatos, ambientes, materialidades e audiências tão corriqueiras no cotidiano da vida contemporânea. Contudo, indicamos a necessidade de rediscussão do conceito para a análise de distintos objetos e ambientes mediados pelas tecnologias de comunicação e apontamos a possibilidade de entender a performance enquanto método de pesquisa.
Esse artigo muito provavelmente se tornará leitura básica/obrigatória em cursos de graduação na área de comunicação mais voltada para a academia. Isso porque, além do time de peso (Amaral, Soares e Polivanov – três referências na área), as autoras fazem um “remonte” teórico das premissas teóricas e epistemológicas que têm sustentado os estudos sobre performance no Brasil em Comunicação. Para isso, acionam a matriz etimológica da palavra francesa, rediscutem ideias de autores já consolidados como Goffman e Giddens, e situam minimamente o cenário de pesquisa sobre performance de gosto (na música e) em sites de redes sociais. Além disso, referenciam também autores não tão conhecidos assim, como Diana Taylor e Richard Schechner, ambos integrantes do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Performance na New York University (NYU) nos Estados Unidos. Clique aqui para baixar.
A reality check(list) for digital methods
Tommaso Venturini, Liliana Bounegru, Jonathan Gray, Richard Rogers
Digital Methods can be defined as the repurposing of the inscriptions generated by digital media for the study of collective phenomena. The strength of these methods comes from their capacity to take advantage of the data and computational capacities of online platforms; their weakness comes from the difficulty to separate the phenomena that they investigate from the features of the media in which they manifest (‘the medium is the message’, according to McLuhan’s 1964 dictum). In this article, we discuss various methodological difficulties deriving from the lack of separation between medium and message and propose eight practical precautions to deal with it.
Fechando com chave de ouro, esse é outro artigo que possivelmente será bibliografia básica nas escolas de comunicação – talvez não para graduação, mas para pós (até pelo idioma). Os autores remontam as premissas da famosa obra Digital Methods de Richard Rogers e fornecem um “guia” teórico-metodológico para a prática de pesquisa digital a partir de oito questões divididas em quatro categorias relevantes. Papel das mídias digitais em relação ao objeto de estudo: quanto do seu objeto de estudo ocorre no plataforma que você está estudando? você está estudando rastros midiáticos por si só ou como proxies (representações)? Definição do objeto de estudo: a sua operacionalização está sintonizada com os formato do plataforma? com as práticas dos usuários da plataforma? Da análise de uma única plataforma à análise de plataformas convergentes: o fenômeno que você está estudando acontece em diferentes plataformas? você possui operacionalizações diferentes porém comparáveis para cada plataforma? Demarcação de corpus e acesso aos dados: o que seu corpus representa? você está levando em consideração as maneiras pelas quais os dados são “entregues” pela plataforma? Clique aqui para baixar.