Categoria: E-books

Histórico das APIs no monitoramento e pesquisa em mídias sociais

Quando eu comecei a trabalhar com monitoramento, em dezembro de 2015, o Facebook já tinha matado de vez a possibilidade de coleta de posts públicos no feed da plataforma. Ou seja, quando eu entrei no mercado, o caos que agitou empresas e agências já tinha sido razoavelmente controlado para o ano seguinte, com algumas alternativas surgindo para suprir essa valiosa lacuna – como escrevi nesse outro post, a exemplo da popularização das disciplinas de Etnografia e Análise de Redes, além do redirecionamento para CRM. Desde então, fora algumas perdas pontuais, não tivemos muitas mudanças no cenário – até que 2018 aconteceu.

Do ano passado para cá, as perdas pontuais que levaram anos para acontecer acabaram se tornando praticamente mensais. Isso aconteceu principalmente porque, no olho do furacão da opinião pública, Mark Zuckerberg se viu obrigado a tomar responsabilidade pelo seu monopólio técnico-comunicacional (Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger) quanto à privacidade dos dados de seus usuários. Em paralelo (e também em consequência), surgiram iniciativas governamentais como a General Data Protection Regulation na União Europeia para fortalecer uma conscientização e responsabilização por parte de toda a sociedade civil quanto ao uso de dados de cidadãos para fins diversos.

Embora os argumentos de Zuckerberg sejam facilmente contestáveis (como fizeram Richard Rogers e Tommaso Veturini em artigo recente), enquanto usuários/indivíduos/cidadãos, poderíamos admitir que essa preocupação com a privacidade dos nossos dados é algo positivo para a sociedade de modo geral (novamente, sob uma perspectiva bem ingênua que supõe que nossas informações ficarão guardadinhas no Facebook e demais empresas digitais e não serão utilizadas por quem pagar mais). No entanto, para quem trabalha com dados de mídias sociais (com fins mercadológicos ou acadêmicos), o futuro é muito preocupante.

Antes de entrar nessa indispensável discussão sobre o futuro (embora já tenha trazido aqui no blog outros textos que abordam essa questão — e tenho alguns outros planejados), acho importante olharmos também para o passado. É nesse contexto, portanto, que lançamos hoje no IBPAD a publicação “Histórico das APIs no monitoramento e pesquisa em mídias sociais”. Sob a minha autoria, o material faz um remonte histórico a partir de notícias e reportagens de como as APIs foram lançadas, popularizadas e modificadas no contexto da pesquisa e do monitoramento. Para fins didáticos, elenquei cinco períodos sobre essa história:

  • 2006 – 2010: O nascimento otimista das APIs
  • 2010 – 2013: Os primeiros problemas
  • 2014 – 2015: As primeiras mudanças
  • 2016 – 2017: O início do fim?
  • 2018 – 2019: O futuro desafiador

É evidente que esses períodos foram arbitrariamente recortados conforme julguei coerente, no entanto, partiu de um esforço de compreensão geral do mercado e do contexto digital como um todo. No primeiro momento (2006-2010), portanto, discorro sobre como surgiram as APIs e como – por muitos anos – havia um certo otimismo em relação a elas; em seguida (2010-2013), matérias começavam a questionar – e denunciar – o montante de dados disponíveis nas mídias sociais; o que resultou nas primeiras mudanças (2014-2015), como o fim da v1.0 da Graph API do Facebook; e as coisas foram piorando (2016-2017), até chegar onde estamos atualmente (2018-2019).

Ainda que tenha abordado as APIs do Twitter, YouTube e Instagram na publicação, o foco principal é o Facebook – por vários motivos: 1) pela importância da plataforma na vida dos brasileiros; 2) pela importância da plataforma no mercado de monitoramento de mídias sociais; 3) por ter sido a plataforma que mais registrou mudanças nos últimos anos; 4) por ter uma figura pública à frente como porta-voz e, portanto, maior cobertura midiática; 5) por deter o monopólio sobre as principais mídias sociais, tendo comprando o Instagram, o WhatsApp e tornando o Messenger em um produto independente; etc.

Linha do tempo ordena os acontecimentos mais relevantes para o mercado de monitoramento e pesquisa em mídias sociais / Fonte: IBPAD

É importante ressaltar também que a “história” é contada sobretudo pela perspectiva do mercado de monitoramento. Ou seja, ainda que tenha tentado expandir um pouco o debate e citado até alguns textos acadêmicos/teóricos sobre a temática, o objetivo era narrar como as APIs sofreram alterações drásticas nos últimos anos e por que isso era relevante ou como isso afetava as ferramentas, agências digitais e marcas envolvidas com esse trabalho. Além do levantamento de notícias, matérias e reportagens, também fiz minimamente um trabalho interno em grupos de discussão do mercado para saber como os profissionais reagiam aos acontecimentos.

Foi um trabalho bem legal e que humildemente me orgulho bastante de ter feito. Aprendi muito sobre o mercado e descobri várias coisas da época em que eu ainda não estava presente – como o caso da DataSift com o Facebook Topic Data, que eu nunca tinha entendido direito; ou do firehose do Twitter com a GNIP, que também só tinha ouvido falar. Espero que o material possa apresentar um pouco da breve história do monitoramento sob a perspectiva das APIs àqueles que chegaram depois (como eu) e que possa também jogar uma luz nesse debate que é indispensável tanto para o mercado quanto para a academia.

A última parte da publicação, inclusive, que intitulei “O que o futuro guarda?”, é propositalmente inconclusiva. Tanto porque eu obviamente não tenho a resposta para essa pergunta quanto porque acho importante não tentar fechar o sentido do debate, pois não há verdades absolutas – nem soluções milagrosas. Nos próximos posts aqui do blog, trarei mais uma vez a questão das APIs à tona a partir de uma visão crítica sobre seus aspectos sociotécnicos – principalmente a partir do fantástico trabalho da pesquisadora Janna Omena – e pretendo colocar em pauta o seguinte questionamento: o monitoramento vai morrer?

E-book e Webinar: Automação de Marketing, da Resultados Digitais

ebook-automacaoQuando fundei o blog e comecei a pesquisar sobre o mercado de comunicação digital, não tinha muito conhecimento sobre ações estratégicas online para além das mídias sociais. Isso resultou, inclusive, no título do blog portando apenas a vertente de social media – mas, ao mesmo tempo, com a menção a todo o escopo de “marketing digital” no subtítulo. Hoje, com quatro meses de estudos, já compreendo conceitos que vão além das estratégias de social media (embora, na maioria das vezes, haja um cruzamento entre algumas das partes), como, por exemplo, mídia programática, inbound marketing, marketing de conteúdo e automação de marketing – dentre outros.

Na semana passada, então, resolvi expandir meus horizontes e comecei a ler, de fato, depois de algumas leituras periódicas, sobre automação de marketing. O primeiro contato via e-book foi justamente com um material da Global AD, agência cujos textos em seu blog me serviram bem como introdução ao assunto. Para esta semana, por sugestão profissional, resolvi ler o e-book da Resultados Digitais: “Automação de marketing – saiba tudo da teoria à prática” – que traz uma abordagem bem mais aprofundada sobre o assunto. Para complementar, também assisti ao webinar “Introdução à Automação de Marketing”.

[youtube https://youtu.be/AqMlU_1zcjU]

Quem procura estudar sobre os diversos assuntos que fazem parte do marketing digital provavelmente encontra, logo no início, os materiais da Resultados Digitais. Isso porque a empresa de Florianópolis tem um acervo muito bem abastecido com posts, webinars, e-books, materiais diversos, etc. sobre uma variedade de temas no seu site e, também, porque sabem trabalhar da maneira correta para serem encontrados. O trabalho de marketing conteúdo atrelado ao Inbound Marketing é muito bem feito, o que popularizou nos últimos anos a plataforma de marketing digital, RD Station – que trabalha, principalmente, a gestão de automação de marketing para as empresas.

O e-book tem 91 páginas e traz realmente bastante informação sobre o assunto. No entanto, sua estrutura não favorece a leitura: os capítulos parecem blog posts que foram compilados e se tornaram um livro – com isso, algumas informações parecem se repetir constantemente. No intuito de tornar o material mais didático, busquei organizar o conteúdo num guia condensado sobre o assunto que dispusesse de uma estrutura mais dinâmica, apresentando o passo a passo de como deve ser feita a automação (que disponibilizarei logo abaixo). Vale lembrar que essa estratégia de captação de nutrição de leads exige uma ferramenta (como a RD Station ou da HubSpot) que permita essa automatização do trabalho.

O webinar, feito em abril de 2014, funciona muito bem como explicação audiovisual do conteúdo do livro. Além da primeira parte, de conceituação dos processos e práticas, a segunda parte do hangout é ótima pois explica como preencher uma planilha do excel produzida pela Resultados Digitais para ajudar na organização do planejamento dos fluxos de nutrição do processo de automação (clique aqui para fazer o download). No último momento, ainda são tiradas várias dúvidas de visitantes, usuários e clientes da Resultados Digitais sobre o assunto. Recomendo assistir ao webinar só após a leitura do e-book, para que todos os processos e conceitos inciais estejam claros antes de partir para essa parte mais “prática”.

A seguir, compartilho o meu “Guia para Automação de Marketing”, um resumo de todo o conteúdo que adquiri com os estudos desses materiais a partir de uma estrutura que considerei mais didática:


Guia para Automação de Marketing

“Automação de marketing significa entender e agir de forma personalizada e escalável com as pessoas que interagem com sua empresa nos diferentes canais online. É entender exatamente o interesse do Lead e seu estágio de compra e dar a ele todas as informações que precisa e são atrativas.”

A mecânica de geração de leads: oferta (conteúdo) + landing page + promoção

1. Defina a estratégia e as métricas da campanha de automação: é essencial ter bem definidos os objetivos da campanha, quem você vai atingir e como fazer isso.

Começar de trás pra frente:

  1. Considere qual produto você tem a oferecer
  2. Quais soluções o produto oferece
  3. Quais problemas cada uma das soluções resolve
  4. Pensar nos conteúdos para endereçar cada um dos problemas

Boa prática: metodologia bem pensada – dependendo do quão avançado for determinado grupo de Leads (processo de compra), pense na melhor forma de transmitir confiança na sua solução.

2. Escolha uma ferramenta/software que atenda suas necessidades

  • Para alterar o estágio do lead: sempre que um Lead solicite um orçamento no seu site, ele tenha seu estágio no fúnil trocado de “Lead” para “Lead qualificado”, indicando como o relacionamento deve continuar;
  • Adicione/remova tags: quando o lead for fruto de alguma evento ou situação incomum, é importante etiquetá-lo de tal forma para facilitar a identificação e segmentação;
  • Marque o dono do lead: sempre que um Lead executa alguma ação que demonstre interesse de compra, como começar um teste gratuito, é atribuido a ele um vendedor, que acompanhará os primeiros passos do Leads com a solução.
  • Marcando o lead como oportunidade: enquanto atribuir um dono indica que o Lead deve ser analisado pelo vendedor, marcar ele como oportunidade mostra que o vendedor viu potencial e pode abordar o Lead.

praticas-ferramentas

3. Estabeleça os gatilhos para um lead entrar em um fluxo de nutrição: o gatilho pode ser uma característica do lead como cargo ou segmento da empresa, assim como pode ser um interação do lead com a empresa (contato via site ou download de um material)

“É o próprio Lead quem define qual email irá receber e quando começará a receber, de acordo com as informações que ele fornece e ações que ele realiza.”

img-segmentação

  • Personalizar a comunicação;
  • Agrupar Leads com caracteristicas semelhantes (que tenham interesse na mesma solução, e que estejam no mesmo momento da sua jornada de compra);
  • Usar segmentações e gatilhos que te permitam entender quais Leads tem avançado e quais não.

4. Defina como vai ser a interação com o lead em cada uma das etapas: planeje se vai enviar um e-mail, interagir com ele em mídias sociais ou alterar suas propriedades dentro do software em cada etapa até o momento final

“É importante lembrar que os emails dos fluxos não precisam ser rebuscados nem muito elaborados. Para valorizar o relacionamento, você pode montar emails com texto puro, sem imagens no template.”

  • Seja transparente; use um e-mail pessoal como remetente; personalize.

5. Decida quais conteúdos oferecer em cada etapa da compra: crie uma sequência lógica de conteúdos a serem enviados para o lead para ajudá-lo a avançar automaticamente no processo de compras (pensar no estágio de compra)

“Enviar o material certo, para os Leads certos e no momento certo faz bastante diferença na eficiência e resultado das campanhas.”

fluxo-jornada

Na produção dos e-mails:

  • Estimule a ação do leitor (use verbos no imperativo);
  • Mostre o seu contentamento por ele ter cumprido as ações anteriores no fluxo;
  • Preencha o campo “assunto” com palavras interessantes;
  • Use o seu nome como remetente;
  • Utilize a variável para se dirigir ao Lead pelo primeiro nome;
  • Adote um tom informal, mas sério e comprometido;
  • Despeça-se com um abraço.

6. Implemente os fluxos de nutrição: no software, defina as regras do fluxo e a periodicidade de interação com os leads (importante: testar se está tudo ok)

“Uma forma simples de avançar o lead no fluxo é selecionar alguns materiais para servirem de isca para cada etapa de compra. Ou seja, você envia emails com alguns materiais. Caso o Lead faça o download daquele material que você escolheu, você o considera pronto e o muda para um fluxo mais avançado.”

  • Boas práticas:  crie fluxos de automação para as suas principais objeções de compra; atualize periodicamente o conteúdo de fluxos antigos;

7. Meça a eficiência das campanhas: utilize as métricas já definidas para medir a efetividade da campanha

“A regra é simples, testar várias estratégias e modelos, medir e replicar o que está funcionando melhor. Fique atento com empresas mais experientes, para balisar as suas taxas de conversão e coletar insights que lhe ajudem a melhorar constantemente o seu desempenho.”

Métricas a observar:

  • Aumento dos Leads gerados; conversão deles em clientes; qualidade dos Leads passados à equipe de vendas; proporção da quantidade de Leads que estão no fundo do funil; velocidade com que avançam nos fluxos e se aproximam do momento da compra; custo de aquisição dos clientes.

8. Faça melhorias contínuas: analise os resultados e tome as providências necessárias para melhorar ainda mais o desempenho da campanha – “quais fluxos de automação estão realmente me ajudando a gerar mais oportunidades de negócio e clientes?”

– Jornada do consumidor: caminho que um determinado perfil de comprador percorre antes de comprar. São etapas que todos os compradores passam, na maioria das vezes sem nem mesmo saber que estão passando por elas.

“Por isso é importante entender a jornada de compras para conseguir “plantar o problema” na cabeça do seu Lead ou demonstrar uma oportunidade clara de melhoria. Entender bem o conceito de jornada de compra permite aproveitar melhor não só os Leads que estão na fase final de compra, mas também a grande maioria que se encontra nas fases iniciais. Ao nutrir os Leads de forma correta em cada uma das etapas, você consegue ajudá-lo a andar mais rapidamente pelo processo e de forma mais automática.”

etapa 1 – aprendizado e descoberta: O objetivo nessa etapa é despertar o interesse dele por algum assunto e fazer ele perceber que tem um problema ou uma boa oportunidade de negócio.

etapa 2 – reconhecimento do problema: Nesta etapa o comprador identifica que tem um problema/oportunidade de negócio e começa a pesquisar mais sobre esse problema e por possíveis soluções.

etapa 3 – consideração da solução: Nesta etapa é importante conseguir criar um senso de urgência grande. Caso contrário, o comprador vai identificar que tem uma solução para o problema dele, mas não vai se empenhar tanto assim para resolver o problema.

etapa 4 – decisão de compra: É importante nesta etapa ressaltar os diferenciais competitivos de cada uma das soluções

Aproveitando Leads que ainda não estão prontos para a compra

  • Crie uma lista de segmentação com os critérios que sua empresa considera um bom fit (ex: determinados cargos, segmentos, tamanho das empresas)
  • Crie um fluxo automatizado com a seguinte regra: se o Lead entra nessa lista, atribua um vendedor como dono desse Lead (no RD Station, você pode distribuir os Leads entre um grupo de vendedores.)
  • E por fim, configure o fluxo para notificar por email o dono daquele Lead sempre que ele fizer uma nova conversão (download de um material, clicou em algum link enviado por email).

Aproveitando Leads que estão quase prontos

  • Crie uma segmentação com os Leads que clicaram o link de um determinado email e não converteram nas respectivas Landing Pages (ex: pessoas que clicaram no link de teste gratuito mas não iniciaram o teste)
  • Crie um fluxo automatizado com a seguinte regra: se o Lead entra nessa lista, atribua um vendedor como dono desse Lead (no RD Station, você pode distribuir os Leads entre um grupo de vendedores.)
  • Configure o fluxo para notificar o dono do Lead por email.

Aproveitando Leads que estão prontos

  • Crie uma segmentação com os Leads que demonstraram interesse claro pelo seu produto (converteu em Landing Pages como teste gratuito, pedidos de orçamento, etc.).
  • Crie um fluxo automatizado com a seguinte regra: se o Lead entra nessa lista, atribua um vendedor como dono desse Lead.
  • E por fim, configure o fluxo para marcar o Lead como oportunidade e enviar o Lead para o CRM, diretamente para o pipeline daquele vendedor.

Ideias acionáveis para gerar mais resultados

1. Fluxo de ativação: O objetivo principal deles é enviar uma série de emails focados em mostrar ao cliente quais são as ações que ele deve realizar – e em qual ordem – para conseguir extrair esse valor inicial.

Um exemplo: se você vende um software de gestão de tarefas, pode pensar em um fluxo simples de três emails que guie o cliente nas ações básicas do aplicativo:

  • Email 1: Dá as boas-vindas e sugere a criação de uma lista de tarefas a serem realizadas durante a semana
  • Email 2: Um email com as tarefas cadastradas e um lembrete dizendo para marcar aquelas que já foram realizadas
  • Email 3: Sugere a criação de uma lista compartilhada com mais usuários, para gestão de tarefas que demandam mais de uma pessoa

2. Fluxos de retenção: outro uso extremamente efetivo da automação de marketing é para evitar cancelamentos e reter clientes de forma automatizada. Nossa sugestão é criar fluxos para colher feedback constante da base de clientes, o que pode ser feito com o uso de NPS (Net Promote Score).

Utilizando o exemplo do software de gestão de tarefas, um fluxo de retenção seria:

  • Software identificou que por mais de três dias o cliente não marcou uma tarefa como realizada, sendo que existem tarefas pendentes e atrasadas;
  • Automação envia um email dizendo “Fulano, você já realizou essas tarefas? Marqueas como feitas e parta pra próxima!” e ainda oferecendo um material sobre gestão do tempo para o cliente ganhar mais produtividade

3. Fluxos para Upsell / Cross-sell: fracionar o seu produto desde uma versão básica para quem está começando no assunto até versões mais avançadas é uma ótima forma de captar todo o tipo de demanda no seu segmento.

No exemplo do software de gestão de tarefas, um caso seria:

  • O software identifica que um cliente está com alto engajamento
  • Automação envia email oferecendo funcionalidades mais avançadas, como anexar arquivos nas tarefas, adicionar subtarefas, categorias, etc.

4. Fluxo de Indicação: Em qualquer caso, uma boa estratégia é consolidar uma política de indicação, e usar a automação de marketing para disseminar a ideia. Bonifique quem evangeliza a sua marca e produto e traz mais receita para a sua empresa. Além da relação entre fornecedor e cliente, vocês podem ser parceiros de negócio.

No caso do software de gestão de tarefas, um fluxo seria:

  • No fluxo de retenção você identificou que determinados clientes deram um excelente NPS para a empresa.
  • Automação envia um email agradecendo e pedindo para indicar o software a um amigo – além de dar um desconto ou um mês grátis caso esse amigo venha a se cadastrar.

E-book: Máquina de Vendas – Potencialize seus resultados com a automação de marketing, da Global AD

globalad-automação1. Introdução

2. Automação de Marketing: o que é e por que fazer

3. Como fazer?

4. Gerando mais oportunidades de vendas!

5. Conclusão

Os e-books do Scup acabaram (por enquanto), mas os estudos, não. Saindo da maratona dos materiais da ferramenta líder de mercado em monitoramento em métricas, para esta semana (corrida), escolhi um material de uma agência cujo trabalho – mesmo de longe – eu, pessoal e profissionalmente, admiro bastante. A Global AD é uma agência gaúcha que atua desde 2008 com especialidade em estratégia e performance digital. Para estudiosos (e entusiastas) como eu, a equipe faz um trabalho muito bom no blog da empresa, onde compartilha posts feitos pelos próprios funcionários sobre os mais diversos assuntos – que já apareceram várias vezes nas minhas leituras da semana.

Buscando cada vez mais aumentar o leque de conhecimento sobre diferentes temas, escolhi este material que trata de um assunto ainda não abordado diretamente aqui no blog (apenas nas leituras esporádicas, como mencionei anteriormente): automação de marketing. Estratégia recorrente do conhecido Inbound Marketing (este criado pela “grande demanda por informação, aliada à capacidade de personalizar diálogos”), é muito utilizada nos dias de hoje por empresas de diferentes ramos. O e-book busca “conceituar a automação em detalhes”, explicando importância de entender práticas como nutrição e segmentação de leads, fluxo de nutrição, alinhamento de equipes e MQL/SQL – além de como adotá-las efetivamente.

“A Automação de Marketing é um processo que faz parte do Inbound. Como o próprio nome diz, ela automatiza determinados processos de relacionamento, multiplicando as potencialidades de diálogo de uma empresa, dando mais liberdade para o time de marketing desenvolver outras funções e, principalmente, oferecendo informações cruciais para o time de vendas otimizar seus processos.”

Ao mesmo tempo em que a internet qualificou os usuários/clientes, ela também gerou um aumento intenso na demanda de informações para consumidores digitais. Ou seja, ao mesmo tempo em que ela exigiu uma comunicação personalizada e pessoal das empresas para com seus clientes, a quantidade de usuários com quem entrar em contato exigiu que fossem criadas alternativas para lidar com tanta gente com demandas diferentes – e é nesse contexto que surge e se expande a automação de marketing.

A ideia por trás dessa estratégia é o que chamam de Inbound Marketing, a técnica que propõe “trazer o consumidor até a sua empresa através da busca de termos específicos em mecanismos de busca, como o Google”. Ou seja, utilizar a mídia própria (canais próprios) para atrair o cliente através de conteúdos responsáveis e úteis que criem um diálogo constante para o fortalecimento do relacionamento entre as duas partes, garantindo um encaminhamento de progresso dentro da jornada do consumidor e do funil de vendas.

O que são leads e como nutri-los?

Um termo bastante popular na internet (e talvez antes mesmo do seu advento) é o de leads, que são pessoas ou informações de pessoas interessadas em algum produto ou serviço da sua empresa (por isso fala-se em captação de leads). Como descreve o e-book, essa pessoa “deixou de ser apenas um visitante e autorizou (ao preencher seu cadastro) que você estabeleça um diálogo por um dos meios mais pessoais, o e-mail.”

Entretanto, tão importante quanto conseguir esse lead (o usuário/cliente que vai preencher um formulário com informações e e-mail), é fazer a sua nutrição. E é aí que entra a automação de marketing: permitindo a criação de uma sequência de e-mails estratégicos (no tempo e no conteúdo) com a proposta de contribuir com mais conteúdo para o cliente/usuário interessado e descobrir, pelo seu comportamento, em que nível do funil de vendas ou da jornada do consumidor ele se encontra – criando, assim, um fluxo de nutrição e “gerando um relacionamento e ofertando bons conteúdos para preparar seu lead para a compra”.

O que é um MQL e um SQL?

Marketing Qualified Lead: Quando um lead passa por um fluxo de nutrição e consome os conteúdos ofertados nos e-mails da sua automação, ela torna-se uma MQL. Ou seja, ela já sabe quem é sua empresa, quais produtos possui, como pode obter resultados com eles e, também, qual a sua média de preços.

Sales Qualified Lead: Uma lead que já passou pelo seu fluxo de nutrição e está pronta para fechar negócio, essa é uma SQL. A diferença principal para uma MQL é que aqui o contato comercial clicou em “fale com um consultor” ou então enviou um e-mail pedindo para conversar.

Nesse processo, o material alerta para a necessidade do alinhamento entre a equipe de marketing (digital) e a equipe de vendas. “Isso porque para gerar melhores resultados é muito importante que ambos estejam trabalhando em consonância, com foco nos mesmos objetivos”, explica. Ou seja, os dados obtidos através da captação de leads e do fluxo de nutrição servirá aos vendedores de forma com que eles tracem uma comunicação mais assertiva com os contatos comerciais, para que seja possível “traçar um discurso que foque efetivamente no problema do consumidor e determinar como o seu produto pode solucionar essa situação” – assim como esse diálogo deve existir também na direção oposta.

Como colocar em prática?

A preocupação inicial do e-book é conceituar algumas questões importantes que envolvem todo esse processo para ambientar o leitor do que está por vir. Em seguida, o material busca pontuar as práticas que serão necessárias para ativar e colocar em prática o processo de automação de marketing. Ainda assim, antes disso, é necessário entender o que é e como se dispõe a jornada do consumidor, “o caminho que um completo desconhecido percorre até se tornar cliente da sua empresa”, como descreve o livro.

Jornada do consumidor – etapas

1ª – “No início um visitante que acaba de conhecer o site da sua empresa está em fase de descoberta, isto é, ele sabe que tem um problema mas não sabe muito bem como solucioná-lo, então vai em busca de dados e informações que o ajudem a entender o que ele está passando.”

2ª – “Em um segundo momento, ele já sabe qual é o problema e está considerando possíveis soluções, onde sua empresa entra com a oferta de produtos e serviços que possam servir para que ele resolva de uma vez por todas esse problema.”

3ª – “Por fim, munido de todas as informações possíveis, tanto sobre o problema quanto sobre a solução, ele parte para a decisão de compra. Esse é o momento que o seu time de vendas entra para fechar o negócio.”

Outro ponto-chave nesse processo é a segmentação de leads. Uma vez adquiridos, eles precisam ser classificados e categorizados de forma que o fluxo de nutrição atenda as demandas das diferenças entre os consumidores. Para solucionar esse problema, o material indica a criação de personas – “personagens que reúnam todas as características dos seus clientes ideais para que você consiga visualizar com mais facilidade quais são os comportamentos e hábitos de consumo dessas pessoas”. Infelizmente o material não se aprofunda em como desenvolver essas personas, até porque não há um “guia” certo para isso, mas este texto do Scup pode ajudar com algumas ideias.

Mas é importante pensar que tudo começa, de verdade, com o conteúdo. O Inboung Marketing é sustentado pela técnica de marketing conteúdo e utiliza da estratégia de automação de marketing para tentar fazer uma comunicação mais fluida e assertiva. Ou seja, o primeiro passo do processo é a elaboração e desenvolvimento de conteúdos úteis/interessantes para que os clientes sejam atraídos por isso (o material traz a analogia de que o conteúdo é o “combustível” da automação – uma vez que age “desde a aquisição de visitantes, passando pela geração de leads e conversão desses contatos em clientes”).

Para que as pessoas encontrem esse conteúdo, é necessário fazer um bom uso do SEO (Search Engine Optimization) – “conjunto de regras que ajudam o seu site, blog e todos os conteúdos que produz a serem encontrados mais facilmente pelo público em mecanismos de busca como o Google”. Novamente, o material não se estende em como fazer isso, mas aconselha a contratação de empresas especializadas que garantem um melhor resultado. Além disso, recomenda o estudo do comportamento do público e a análise de números para determinar “quais os melhores canais de comunicação para dialogar com [o público]”.

Tendo criado todo esse conteúdo e conseguido um número grande de captação de leads, chega o momento de distribuir todo o material produzido com todos os consumidores interessados. Para isso, é necessária a contratação de um software de automatização (do Brasil, conheço o RD Station; de fora, conheço o HubSpot). Uma recomendação do e-book é não apenas utilizá-los para o disparo automático de e-mails qualificados, mas utilizar-se principalmente dos atributos como lead scoring, dados de comportamento do público e a análise da capacidade de conversão do conteúdo.

Retornando ao momento em que o livro alerta da importância do alinhamento entre os times de marketing e vendas, aqui estão algumas práticas recomendas que são úteis para otimizar o relacionamento entre as duas partes:

  • Determine lideranças – Esses líderes serão responsáveis por fazer com que as informações circulem perfeitamente entre as equipes.
  • Repense o espaço físico da empresa – Coloque todos em um mesmo espaço e veja as informações fluírem com muito mais naturalidade!
  • Todos participam – os processos de um time devem estar muito claros com os do outro, somente assim a automação surtirá todos os efeitos esperados.

Por fim, mas não menos importante, é preciso que haja um constante trabalho de monitoramento (mensuração de dados) para que seja possível “embasar decisões estratégicas – como por exemplo onde aplicar o orçamento disponível – com mais assertividade”. Pensando nisso, os softwares de automação já oferecem diversas métricas importantes (taxa de abertura de e-mails, taxa de cliques nos conteúdos e volume de geração de leads por conteúdo de conversão) que podem ajudar a garantir uma evolução mais assertiva da estratégia de marketing digital – e por isso o seu acompanhamento contínuo é tão importante.

“A automação de marketing representa uma grande oportunidade para a sua empresa aumentar a receita. Se implementada da maneira correta fará com que seus times de marketing e vendas gerem muito mais resultados, otimizando recursos e possuindo mais tempo para cumprir outras tarefas. Em um mundo cada vez mais digital não basta estar presente nas redes sociais. É preciso manter um diálogo sincero e direto com o seu público, diretamente nas caixas de e-mail, com mensagens personalizadas e bons conteúdos capazes de converter.”

Bem curto, o material é mais promocional do que educativo. No entanto, em meio a tantas agências que oferecem compartilhar conhecimento apenas através de cursos (muitas vezes além da conta), é muito bom ver que há empresas compartilhando conteúdos qualificados sobre marketing digital. Embora não entre muito na prática, o e-book apresenta alguns conceitos e termos importantes sobre automação de marketing para quem está ingressando no meio, explicando de forma simples, didática e responsável.

E-book: Um guia prático de como planejar uma campanha eleitoral 2.0 e fazer monitoramento político, do Scup

scup-campanhas2Scup Ideas – por Eliseu Barreira Junior e Thiago Costa

1. Presença on-line

2. Perfil da equipe

3. Como os eleitores interagem com a campanha na internet

4. Como monitorar as mídias sociais

5. Estratégia: o que dá certo e o que dá errado

6. Como medir o sucesso de uma campanha on-line

Para fechar a tríade de e-books sobre campanhas políticas (clique aqui para ler sobre o primeiro e sobre o segundo livro), escrevo sobre um dos primeiros materiais publicados pelo Scup, ainda em setembro de 2012. Diferentemente dos outros, que foram originalmente criados para serem e-books, este guia é um apanhado de textos dos profissionais Mariana Oliveira, Sérgio Lüdtke, Tarcízio Silva e Daniel Souza escritos no blog corporativo da ferramenta ou em canais externos, como no blog do Tarcízio. Isso significa que a coesão ficou um pouco comprometida, mas o conteúdo continua extremamente relevante.

Particularmente, sugiro, a quem tenha interesse, que leia primeiro os outros dois materiais também do Scup sobre o mesmo tema – se possível, na mesma ordem em que postei aqui no blog. Isso porque, enquanto os dois têm um caráter mais explicativo, levantando dados e contextos reais (como os cases de Barack Obama e Marina Silva, por exemplo) para a elaboração de um projeto de campanhas políticas nas mídias sociais, este serve – como o próprio título indica – apenas como um guia, uma espécie de check-list de tudo que se pode e/ou deve fazer na chamada campanha eleitoral 2.0.

O objetivo é ajudar quem “está à frente ou integra equipes de marketing digital e monitoramento político a criar suas estratégias com os eleitores e conseguir melhores dividendos com as mídias sociais”. Abordando temas importantes como planejamento, monitoramento e relacionamento, os textos orientam de forma bem direta como atuar nesse campo de marketing político virtual. Com foco principalmente na parte de monitoramento, o material busca ajudar os profissionais no desafio de fazer um bom uso do “grande volume de dados sobre os usuários das mídias sociais”, que só cresce junto aos números de internautas no Brasil.

O benefício do monitoramento de mídias sociais em campanhas políticas

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  1. Permite o acompanhamento em tempo real do que os eleitores estão falando.
  2. Ajuda a conhecer o desempenho dos candidatos entre determinados grupos focais.
  3. Pode antecipar crises
  4. Integra informações que interessam a diferentes atores de um comitê político

O primeiro passo para estabelecer uma presença on-line é pensar estrategicamente sobre essa atuação. Assim como no meio corporativo, não basta estar por estar – a presença de um candidato precisa significa estar disposto a responder a observações do público, a ser exposto a críticas e a dar atenção ao que é veiculado na rede. Por isso que é importante, no primeiro momento, definir os objetivos do projeto: captar dados de eleitores para ações na campanha? Engajar pessoas e criar uma rede de voluntários para colaborar na campanha? Divulgar ideias e testar a atratividade dos temas? Essas são algumas opções de direcionamento que podem ser tomadas.

No que diz respeito à formação da equipe, por se tratar de uma campanha política (que tem dias contados para a execução virtual), é preciso ter em mente que “uma campanha on-line exige dedicação e um número de pessoas que possam fazer uma cobertura 24 horas, sete dias por semana”. Além disso, o coordenador responsável pela atuação nas mídias sociais deve ter experiência na função (para conseguir alinhas os princípios e ideais do candidato com os colaboradores) e se manter próximo das esferas de decisão da campanha, uma vez que terá que tomar decisões frente à gestão de equipe de colaboradores com agilidade.

As tarefas dos colaboradores

  • Produzir conteúdo on-line (textos, fotos, vídeo e etc.) para publicação no site, blog e mídias sociais em que o candidato tiver uma página ou um perfil;
  • Divulgar as ações, agenda e opiniões do candidato nos perfis das mídias sociais;
  • Promover a interatividade com o público na internet;
  • Monitorar o que está sendo dito sobre a campanha nas mídias sociais, nos espaços de comentários e em outros sites da internet;
  • Promover a distribuição de material digital de campanha.

Como selecionar os colaboradores

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  • Escolha profissionais criativos e versáteis;
  • Procure colaboradores com experiência em internet. Você ganhará tempo se não precisar treinar pessoas;
  • Opte por pessoas que tenham bom texto. Elas vão falar em nome de sua campanha e nem sempre você poderá revisar o conteúdo antes da publicação;
  • Selecione um time capaz de resolver problemas com agilidade. A instantaneidade das interações requer discernimento;
  • Escolha profissionais que possam se dedicar ao trabalho também à noite e aos finais de semana. A campanha não tem hora, e a internet está ativa 24 horas por dia, sete dias por semana;
  • Coloque na equipe pessoas de sua confiança, que possam representá-lo e falar em nome de sua campanha;
  • Contrate ao menos um profissional que conheça a produção de conteúdo para as diversas plataformas on-line: site, vídeo, mídias sociais, e-mails e etc.

Retomando a importância do monitoramento, este serve como “termômetro do que as pessoas estão falando sobre determinado candidato ou assunto e traz informações de um jeito muito mais rápido”. Ou seja, diferente de pesquisas eleitorais tradicionais como grupos focais, esse tipo de ferramenta permite a coleta de opiniões expressas de modo mais espontâneo, com dados disponíveis na internet. Além disso, pelo menos à época da publicação, o material afirma que “as pesquisas nas mídias sociais são mais baratas” – e mais rápidas, o que pode ser decisivo no processo de uma campanha política, onde tudo pode mudar em apenas um dia.

Segundo Mariana Oliveira, uma das autoras dos textos do e-book, o monitoramento numa eleição pode servir para: identificar influenciadores (ativadores, detratores, veículos); identificar públicos; gerenciar crises; ter insights para a criação de conteúdo; interação com fãs e seguidores; esclarecimento de dúvidas; conversações com os candidatos; reduzir incertezas na tomada de decisão; buscar informações estratégicas; fazer relacionamento; gerar mobilização e ativação de perfis.

Características básicas do analista de mídia social focado em monitoramento, por Mariana Oliveira

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  • Papel de funil: seja capaz de ler centenas de menções e consiga compilar essas informações de um jeito relevante
  • Curiosidade acima da média
  • Alta capacidade de contextualizar os fatos (pegar uma menção e fazer cruzamentos, por exemplo)
  • Senso crítico e habilidade de explicar o que mostram os gráficos de seus relatórios de maneira interessante e útil
  • Diferenciais: agilidade, dinamismo e noções sobre o senário político brasileiro

Tendo montado a sua equipe, é preciso escolher com cuidado a plataforma de monitoramento. Esta deve: realizar buscas a partir de critérios claros; armazenar de maneira ordenada e acessível os itens coletados; classificar automaticamente itens a partir de regras estabelecidas previamente; permitir a categorização dos itens de acordo com os objetivos do monitoramento; e oferecer gráficos que possam ajudar nos relatórios que serão produzidos.

Feita a escolha da ferramenta, o próximo passo é pensar cautelosamente como serão criados e administrados os termos monitorados. Para isso, é preciso considerar: os principais perfis dos candidatos nas mídias sociais; as variações dos nomes dos candidatos, bem como erros de grafia e diminutivos; possíveis variações pejorativas associadas aos nomes dos candidatos; associações dos nomes dos candidatos com informações que se deseja monitorar.

Outro aspecto importantíssimo no projeto de monitoramento de uma campanha política é que todas as outras áreas precisam das informações coletadas e avaliadas, mas cada uma com especificidades distintas – o que significa que os responsáveis pelo monitoramento deve estar pronto para dar esse feedback às mais diferentes necessidades de cada área. Para isso, a equipe deve estar atenta desde o cadastramento das palavras-chave nas buscas relacionadas a cada tipo de informação, mas também ao definir o plano de classificação dos dados.

Como criar um sistema de comunicação interna

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  • Ter um ambiente em que as principais informações são acumuladas;
  • Estruturar alertas que podem ser dados a cada uma das áreas responsáveis pela campanha;
  • Desenvolver um guia com recomendações sobre como as respostas aos usuários e a classificação de sentimento podem ser feitas.

Quais informações são relevantes para cada setor da campanha

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  • O assessor de imprensa deseja saber o que os veículos tradicionais de comunicação estão publicando ou exibindo sobre o candidato;
  • A agência responsável pela produção dos programas de televisão quer saber como as pessoas estão recebendo aquela comunicação;
  • A agência responsável pelo marketing digital deseja conhecer o sentimento dos eleitores às ações nas mídias sociais;
  • Os líderes do partido se preocupam mais com a opinião da militância sobre os rumos da campanha;
  • O coordenador da campanha olha para o todo e busca informações amplas

Para atendar a todas essas distintas necessidades, os relatórios precisam de algumas atenções pontuais. Por exemplo, cada relatório precisa ser direcionado a áreas específicas da campanha. Para essa produção, o material recomenda que eles sejam os mais objetivos possíveis – “antes das reuniões de estratégia, é importante sintetizar as descobertas e opiniões dos eleitores em uma apresentação curta”. Além disso, recomenda-se também que sejam determinados horários definitivos para a sua entrega – no entanto, para eventos como entrevistas e debates televisivos, é importante a elaboração e entrega de um relatório pós-evento.

Ao final de cada programa, é importante elaborar um boletim com o volume de conversações geradas nas mídias sociais, a análise de sentimento para aquele período e os itens mais representativos, diz ela. Os analistas transmitem para os assessores do candidato o que está acontecendo, indicando quais falas tinham sido bem recebidas ou não.

Para fazer as análises que estarão dispostas nesses relatórios, é preciso estabelecer um Plano de Monitoramento – com um briefing que conste os critérios de análise de sentimento (positivo, neutro, negativo e misto), critérios de tagueamento e possíveis dúvidas do analistas. Esse plano ajudará a criar uma metodologia para a análise das menções, no entanto, ainda assim, o e-book alerta que é comum haver discussões devido à subjetividade da interpretação – que devem ser acrescentadas ao plano.

Para planejar a análise do monitoramento, o material indica: determine o que é importante identificar nos emissores; identifique as reações, sentimentos e desejos relativos a entidades, pessoas e campanhas; adicione e cruze informações; trace um perfil minucioso dos públicos pertinentes; defina a partir de que critérios serão feitas comparações com materiais coletados em outros momentos da campanha ou com campanhas anteriores.

“O monitoramento político nas mídias sociais não deve ser usado apenas para coletar menções ligadas ao nome dos candidatos, partidos e concorrentes. Ao coletar menções a assuntos que estão positiva ou negativamente associados aos políticos e com potencial de disseminação na internet, as equipes de assessoria em mídias sociais podem identificar os melhores modos de se abordar certos assuntos e mesmo perceber se eles devem ser abordados. […] A grande mudança proposta pelas mídias sociais na rotina da política envolve o relacionamento. Lá, não se pode só falar como num tradicional comício. É preciso antes de falar, escutar, compartilhar, trocar experiências, dividir e discutir pontos de vista. É preciso interagir. E esse é um dos maiores desafios dos políticos.”

Os dados coletados a partir do monitoramento são de tremenda importância para a política. No entanto, isso não significa que é o único benefício que as campanhas políticas na internet têm a acrescentar. A questão do relacionamento com o eleitor deve ser algo muito trabalhado por toda a equipe, tomando inclusive, como base de modo de fala e onde falar, os dados do monitoramento. Além disso, o ambiente on-line permite uma segmentação que os meios tradicionais não possibilitam, o que significa que “a partir do momento em que você sabe quem são os ativistas da campanha, pode ficar focado no que escrevem, produzindo conteúdos específicos para eles”.

O monitoramento também possibilite que o candidato saiba se posicionar fora do ambiente digital, podendo “identificar quem são os influenciadores de uma comunidade e as necessidades daquelas pessoas”. Nesse mesmo contexto, é possível ficar de olho na concorrência – no caso de uma campanha política, dos adversários – para observar, mesmo que de longe, alguns dados que podem ser estratégicos que podem ser decisivos, além da conversas entre influenciadores. O material também traz como possibilidades: acompanhamento de jornalistas, políticos e lideranças de cidades e locais que o candidato visitará; combate à propaganda negativa; e mensuração da satisfação dos militantes.

No entanto, a atuação nas mídias sociais também podem ter um resultado negativo caso algumas estratégias sabidamente erradas sejam utilizadas. “A falta de habilidade por parte dos políticos para interagir com os internautas leva a falhas no uso das mídias sociais que prejudicam o objetivo final da campanha”, alerta o e-book. Dentre esses erros mais comuns, estão: excesso de autopropaganda, falta de interatividade, desatualização dos dados, foco em apenas um tema, ignorar críticas e não responder a dúvidas. Por isso, indica: não realize somente ações reativas, mas também proativas para alcançar os objetivos da campanha; busque sempre informações que podem ser relevantes para outras áreas da campanha; antecipe reações e eventos; estruture os dados não somente de maneira quantitativa, mas também qualitativa; > identifique influenciadores (ativadores, detratores, veículos) e trabalhe especificamente com eles; e identifique os públicos-chave envolvidos na campanha.

Para a mensuração de resultados, o livro indica trabalhar com três níveis de participação do eleitor na campanha (através de um funil): no topo, a relação passiva com eleitor da visibilidade, onde o eleitor toma conhecimento de algum conteúdo, tem contato com alguma publicação; no meio, a relação interativa com o eleitor de interação, onde o eleitor o eleitor toma conhecimento de algum conteúdo ou perfil e estabelece uma interação com essa publicação; no fim, a relação de eleitor de conversão, integrado à campanha, nível mais aprofundado de interação com o eleitor, no qual ele se torna um advogado da marca.

21 dicas para fazer monitoramento político

1. Os usuários das mídias sociais não podem ser encarados como um público passivo e pronto para assimilar qualquer mensagem. Parece simples, mas na prática muitos políticos e empresas ignoram essa regra. Uma mensagem lançada na internet não é imediatamente aceita e espalhada pelos usuários.

2. Para não falar sozinho, é preciso seguir um preceito básico nas mídias sociais: a interatividade com os usuários. 3. Defenda a importância do monitoramento de mídias sociais constantemente.

4. Dimensione o tamanho da equipe, a localização dos membros da equipe e o perfil profissional dos envolvidos. Em caso de campanhas nacionais ou estaduais, as opiniões podem ser melhor captadas por analistas que estejam presencialmente nos principais centros de opinião pública.

5. Na hora de montar a equipe de trabalho, os profissionais envolvidos devem estar fortemente ligados a um perfil de entrega de informação.

6. Deixe estruturado desde o início do monitoramento quais atividades podem ser terceirizadas.

7. Discuta os critérios de amostragem que serão usados durante o monitoramento.

8. O monitoramento deve estar atento não apenas a eventos on-line, como publicações e conteúdos da internet, mas também a eventos off-line, como declarações na televisão, debates, coberturas jornalísticas e comícios.

9. Além desses dois relatórios diários, a equipe de assessoria em mídias sociais precisa possuir um sistema de alertas. Independentemente do horário, se acontece algo que merece a atenção de um dos membros do comitê da campanha, um alerta precisa ser gerado para as partes afetadas por essa informação.

10. Não produza relatórios para guardar na gaveta. O monitoramento deve responder a uma necessidade do cliente. O principal objetivo de um coordenador de campanha nas mídias sociais é transformar o montante de dados que está disponível em um conhecimento útil, relevante e que traga possibilidade de ação para os estrategistas.

11. Busque sempre criar espaço nos encontros entre as diversas equipes para apresentação das informações do monitoramento.

12. Classificar os itens qualifica as informações obtidas. Busque sempre identificar quem são os ativistas, simpatizantes e detratores do candidato ou campanha monitorada.

13. Os critérios mais usados para análise de sentimento são: positivo, neutro, negativo e misto. Dependendo das necessidades da campanha podem ser criadas outras classificações de sentimento.

14. Identifique os perfis monitorados levando em conta sexo, região da cidade ou do país e preferências.

15. Mapeie os ativistas mais influentes nas mídias sociais da campanha adversária, ou seja, pessoas cujas mensagens e ideias são mais replicadas na campanha do opositor.

16. Os usuários de internet e, principalmente, os produtores de conteúdo on-line, representam apenas uma parcela pequena da população nacional. Não pressuponha a representatividade dos dados coletados on-line em relação à população total de eleitores do país ou de uma região.

17. Trabalhe sempre para a aproximação das equipes de monitoramento, relacionamento, mobilização e pesquisa. Quanto maior a integração entre os diferentes atores de um comitê político, melhores são os resultados que se pode alcançar com o monitoramento.

18. Quando um político comenta em uma mídia social a música que está ouvindo, ele humaniza sua figura e se aproxima do eleitor.

19. É preciso definir linhas de ação e respostas integradas. Algumas plataformas de monitoramento possuem recursos de CRM e a tendência é que todas as grandes campanhas políticas incorporem também esses recursos.

20. Elaborar um plano de relacionamento específico para os usuários indecisos e indiferentes traz resultados importantes para o monitoramento político.

21. Em dias de debate, como o volume de conversas numa situação dessas é bem maior, é interessante que quase toda a equipe trabalhe no acompanhamento do monitoramento. O trabalho de classificação dos dados pode ocorrer posteriormente.

22. Evite trabalhar como se o grande momento da articulação política on-line acontecesse apenas nos primeiros meses de campanha, antes da estreia da propaganda eleitoral gratuita na televisão. Em vez disso, o monitoramento das mídias sociais só aumenta em importância depois que os candidatos garantem sua presença diária na televisão e no rádio.

23. Evite estratégias invasivas no relacionamento com os eleitores.

E-book: Ferramentas e cases para fazer campanhas políticas em redes sociais, do Scup

Scup Ideas – Por Ricardo Azaritescup-campanhaspoliticas2

1. Introdução

2. O dia a dia da campanha

3. O case americano: Barack Obama em 2008

4. O case brasileiro: Marina Silva em 2010

Depois de três meses de blog, já acumulo algumas dezenas de e-books lidos e resumidos aqui neste espaço. No entanto, ainda não tinha encontrado nenhum material que explicasse, na prática, como funciona o trabalho de planejamento para mídias sociais. Alguns outros livros já tinham falado, de certa forma, sobre isso, mas só este realmente mostrou como funciona cada etapa desse trabalho. Além disso, embora a sua temática principal seja campanhas políticas, é um material que pode muito bem ser interpretado para o meio corporativo – o que pode até resultar na descoberta de boas práticas, já que uma eleição é como uma corrida e, por isso, talvez precise de um acompanhamento mais feroz.

Escrito por Ricardo Azarite, esse material – que é a segunda parte de um outro e-book, sobre o qual já falei nesse outro post (recomendo ler na ordem, caso você não esteja por dentro do assunto) – “pretende servir como lanterna e iluminar o caminho de todos os profissionais de marketing político em mídias sociais”. O e-book passa por cada etapa do trabalho para campanhas políticas em redes sociais (análise, organização de equipe, planejamento, mensuração, compartilhamento de resultados, etc.), explicando cada uma detalhadamente – por isso o post ficou um pouco grande – e, ao fim, apresentando cases (Barack Obama e Marina Silva) que, de certa forma, inspiraram esse guia.

“O trabalho de marketing político lida com um produto extremamente volátil: o candidato, passional, emotivo, imperfeito – um ser humano. Essa característica única, adicionada à quantidade de poder e interesses envolvidos é o que o diferenciam do marketing de produto. Se um trabalho do planner de marketing tradicional tem uma premissa exata, previsível e conhecida (seu produto), quem trabalha com política está num ambiente mais obscuro.”

Para ilustrar o dia a dia de uma campanha de mídias sociais, o autor se apropria do conceito do filósofo Nassim Nicholas Taleb, para definir as coisas como:

  • Frágeis: dentro de um ambiente caótico, piora de qualidade, quebra — na campanha: é mais facilmente criada quando há uma área de mídias sociais separada das demais, com autonomia e independência que desburocratizam ao mesmo tempo em que impossibilitam um impacto maior na campanha;
  • Robustas: apesar de ser comumente tratada como antônimo natural da primeira, trata daquilo que permanece idêntico antes e depois de momentos de caos;
  • Anti-frágeis: serve como antônimo diametralmente oposto ao primeiro: é aquilo que, quando em um ambiente caótico, melhora, ganha novos atributos, fica mais preparado — na campanha: exige abertura das demais áreas, sinergia entre os líderes, um esforço muito grande por parte de todos os envolvidos e uma maturidade maior para análise de resultados.

No meio caótico da comunicação 2.0, essa definição de postura impacta todos os processos de uma campanha. E isso não significa atribuir uma postura para várias vertentes – a atuação pode ser robusta quanto à interação, mas ser frágil em outro aspecto. Embora seja importante ter consciência da necessidade e dos objetivos do candidato (além do orçamento e fornecedores da equipe), a maturidade da campanha só será posta à prova enquanto as ações são feitas. “Em campanhas com maturidade para ver mídias sociais como um ambiente anti-frágil, precisa-se de uma integração entre todas as áreas envolvidas em detrimento do que for encontrado”, por exemplo. Ainda assim, é importante lembrar que “não se cria sinergia entre as áreas sem antes haver proximidade e compartilhamento de valores entre os líderes”, ou seja, é preciso haver um alinhamento entre todas as áreas.

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“Pois bem, feita essa conceituação, vamos trazer sua campanha eleitoral em mídias sociais para uma definição: como o time do seu candidato se vê em um ambiente 2.0? Se ele não gosta de expor seu nome e sofrer críticas, certamente é frágil. Se se expõe e sabe rebater bem as críticas e crises, já demonstra ser robusto. Se usa esses espaços para evoluir sua própria candidatura, alterando os rumos da campanha e de seu projeto de governo, certamente é anti-frágil nas mídias sociais.”

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Depois de compreender bem como vai funcionar o escopo de trabalho de toda a equipe de mídias sociais e seu relacionamento com outras áreas de marketing e de comunicação como um todo (compreendendo o nível de maturidade da campanha nas plataformas de redes sociais e como isso impacta no trabalho que será feito), é preciso começar a desenvolver o planejamento. O material divide esse trabalho em quatro passos:

1) Análise de ambiente – momento de conhecimento do que pode ser feito e de quais são os riscos e oportunidades pelos quais seu candidato pode passar (diagnóstico de contexto); alguns dados que devem ser obtidos pelo planner durante essa etapa não dependerão apenas de seus próprios esforços e deverão ser conseguidos com outros fornecedores, como equipe jurídica, política e outros (vale conferir o e-book para saber quais são e de quem cobrar esses dados).

“Uma análise de ambiente bem feita deverá responder a praticamente todas as perguntas do planner da campanha. Acima estão listadas algumas – provavelmente as mais cruciais -, mas certamente você encontrará outros questionamentos mais pertinentes para seu candidato durante seu planejamento. Nesse momento, não se planeja nada, não se define o que é bom ou o que é ruim, o que precisa ser feito ou o que se deve deixar de lado no planejamento; essa etapa deve ser isenta de vieses. Evite, inclusive, correlacionar seus objetivos ou interesses eleitorais de seu candidato aqui, pois isso pode tornar sua análise mais tendenciosa para uma ou outra tomada de decisão durante o planejamento.”

2) Definição de objetivos e métricas – delineação de objetivos estratégicos e principais métricas aquelas diretamente relacionados ao objetivo do candidato, os chamados KPIs – é mais provável que sejam um mix de diversas métricas menores e que envolvam, entre elas, resultados de pesquisas de intenção de voto e de reprovação/aprovação do candidato.

Esse talvez seja o trabalho mais complexo de se fazer: se é comum no mercado corporativo que as empresas cheguem às agências sem saber qual é seu objetivo, será tampouco provável que o candidato o saiba. As análises de ambiente – tanto durante sua confecção quanto após sua apresentação ao candidato – serão bastante úteis para gerar inputs ao planner quanto ao objetivo de seu cliente. Naturalmente, se o objetivo for “ter uma fanpage com mais likes que a do meu principal concorrente”, sua estratégia será bem diferente se o objetivo for “criar uma rede de mobilização em torno de princípios compartilhados”.

3) Planejamento estratégico – (a) estratégico [é mais amplo e superficial/genérico], (b) tático e definição de planos, (c) operacional e (d) cronograma [extremamente descritivo e detalhado].

O documento do planejamento estratégico deve seguir uma linha de raciocínio próxima a essa: nosso objetivo é X, nosso ambiente tem as características Y e Z, sendo que A e B são oportunidades de grande relevância, C e D são riscos de média relevância e E é um risco de grande relevância, por isso, acreditamos que o candidato deva seguir a estratégia A ou B, tendo A uma vantagem J e B uma vantagem H. O planejamento estratégico ditará o restante do trabalho do planner, por isso, vale validá-lo antes de dar continuidade.

4) Planejamento tático, definição de planos e cronograma – o planejamento tático descreve os “o quês” e “comos” de cada trabalho (pensando sempre nesses três verticais e tendo como parâmetro os objetivos estratégicos, os KPIs e o orçamento); o planejamento operacional descreve o dia a dia de sua equipe – quantas vezes serão feitas tais atividades, quantas vezes serão enviados relatórios para o cliente, qual é o tempo dedicado a cada tarefa, etc. – surgindo, a partir disso, um cronograma, com as datas de cada uma das fases de trabalho.

Nesse momento, começa-se a descrever a operação de modo mais claro – quais serão as mídias sociais usadas? Quantas pessoas serão utilizadas para cada uma das equipes? Quais serão os processos genericamente? Como será nosso tom de voz em cada mídia social? Como será o relacionamento da equipe de mídias sociais com as equipes de marketing digital? E de marketing off-line? Teremos um monitoramento? E faremos relacionamento?

Tendo feito a análise e o planejamento tendo sido aprovado, é provável que a equipe já tenha começado a atuar nas mídias sociais. Isso significa que, desde o primeiro dia, é necessário que haja uma análise contínua das métricas para mensurar os resultados das estratégias traçadas. O e-book alerta que essas métricas a serem analisadas não são mais as que foram estabelecidas no planejamento, mas agora os KPIs que vão servir como “justificativa” do resultado obtido. “As métricas de tendência são intimamente ligadas à operação de mídias sociais e não é possível prevê-las e defini-las antes de desenvolver um planejamento tático”, ou seja elas são responsáveis por servir de base para a compreensão da métrica de negócio. O material sugere algumas métricas genéricas que servem de ponto de partida:

Para monitoramento

  • Volume de menções por sentimento: descobre-se a saúda da marca do candidato;
  • Volume de menções por categoria: pode-se descobrir qual assunto ou interlocutor gera mais menções positivas, negativas, neutras, etc.;
  • Volume de menções por horário: é possível descobrir quando os principais ativadores/detratores do candidato estão on-line;
  • Volume de menções por região: para cargos proporcionais, quando o candidato costuma ter um curral eleitoral específico;
  • BI: busca-se explicar o que causou os resultados obtidos;
  • Comparativo com outros candidatos: pode-se comparar quaisquer métricas com os resultados obtidos pela concorrência;
  • Share of voice: interessante perspectiva para comparar sentimento e categorias;
  • Relevância de interlocutores: é interessante cruzar com sentimento e categorias.

Para relacionamento

  • Total de ativadores: daqueles que se relacionaram com seu candidato, quantos viraram evangelizadores e passaram a “fazer campanha por você”;
  • Total de recomendações: quantos usuários de internet que mencionaram seu candidato o recomendam ou recomendam algum conteúdo postado;
  • Grau de satisfação do interlocutor: após alguma interação com o candidato (seja receptiva ou proativa), qual é o grau de satisfação.

Para conteúdo/ativação

  • Alcance das postagens: quantas pessoas foram impactadas pelo meu conteúdo;
  • Engajamento: a reincidência de interação espontânea do meu interlocutor com meu conteúdo. É possível criar ‘níveis de engajamento’;
  • Total de recomendações: quantos usuários de internet que mencionaram seu candidato o recomendam ou recomendam algum conteúdo postado;
  • Leads: daqueles que viram suas postagens, quantos realizaram alguma atividade de interesse no meu site.

Mas como escolher a ferramenta certa para fazer esse trabalho? Como outras publicações já orientaram, é preciso levar em conta quais são as necessidades técnicas (o planejamento pode responder isso) e qual é o orçamento destinado para o projeto. Há ferramentas horizontais (mais gerais, que atuam em diversas frentes) e verticais (mais específicas, com funções mais direcionadas para determinado trabalho), mas não há um guia específico de qual escolher – cada equipe deve ponderar suas necessidades e valor a ser gasto para escolher a melhor opção. No entanto, é importante alertar: “deve-se levar em consideração a capacidade de integração entre os resultados das ferramentas a serem contratadas”, ou seja, o Excel ainda é um grande aliado.

Dando alguns passos para trás, o material também tem boas dicas para o momento de “formar seu dream team”. Antes, no entanto, ele reitera o que vem abordando desde o primeiro e-book: é preciso saber como será definido o escopo de trabalho – principalmente quanto a orçamento e quanto a “relevância” do trabalho. “Quanto maior o interesse estratégico ou o orçamento dedicado, maior será a possibilidade de se contratar uma equipe extremamente capacitada e especializada ao trabalho de mídias sociais”, enquanto que, “quanto maior for o trabalho que será gasto, por sua vez, maior será a necessidade de uma equipe dedicada a mídias sociais”.

Pensando agora na contratação de uma equipe qualificada, o autor elabora um parâmetro geral muito interessante para guiar os líderes: dentro das áreas de interesse (política, mídias sociais e marketing), ele criou três tabelas para avaliar três competências essenciais dentro do marketing político – paixão (afinidade do profissional com o tema), técnica (o que diz respeito ao ferramental e às possibilidades da prática) e estratégia (tudo no âmbito de análise de contexto, definição de objetivos e conhecimento de mensuração). Para ilustrar melhor, uso como exemplo os profissionais para a equipe de operação:

  • Operação
  • Política: precisa ter muita “paixão”, mas não é necessário muito conhecimento técnico ou estratégico;
  • Mídias sociais: precisa ter uma “paixão” mediana, assim como seu conhecimento técnico, mas seu conhecimento de estratégia pode ser pouco;
  • Marketing: a “paixão” e conhecimento estratégico pode ser básico, mas o nível de conhecimento técnico deve ser, no mínimo, mediano.

TABELA 3 – POLÍTICA

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“A equipe de Operação e de Atendimento devem ser igualmente apaixonados pela Política – isso porque são os membros da equipe que mais diretamente estarão ligados ao cliente e à rotina de trabalho. Por sua vez, são igualmente os que menos devem compreender da prática e de análise. Claro que, para a equipe de inteligência (Coordenação e Planejamento), é crucial que sejam conhecidos os meandros do aspecto político. Alguém tão analítico deve ser apaixonado pela Política. Esse amor, contudo, não é imperativo para que se tenha sucesso numa campanha; mais vale um planner que tenha bom olhar analítico politicamente à contratação de um profissional apenas apaixonado.”

TABELA 4 – MÍDIAS SOCIAIS

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“Toda a equipe deve ter um conhecimento minimamente satisfatório técnico das ferramentas, pois esse é o foco do trabalho; Planejamento e Coordenação, por serem os responsáveis, respectivamente, por planejar e por vender o projeto para um cliente desconhecedor do assunto, não podem ser medianamente conhecedores das práticas. Enquanto isso, a estratégia deve ser centralizada na equipe de Planejamento. É claro que a Coordenação poderá ser tão estratégica quanto a seus planners, contudo isso não é uma necessidade para o sucesso – até mesmo porque, ao vender o serviço a um cliente desconhecedor, é provável que não se aprofunde tanto na estratégia propriamente dita.”

TABELA 5 – MARKETING

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“Com exceção da equipe de Operação e ao peso das competências estratégicas para a equipe de Planejamento de Coordenação, as competências gerais de marketing são as mesmas para todas as combinações (tabela 5). Essa área é a que deverá integrar mídias sociais às demais estratégias e ferramentas do marketing – televisivo, impresso, assessoria de imprensa, etc. Dessa maneira, cabe à Coordenação conseguir fazer o elo das estratégias, em parceria à equipe de Planejamento.”

Outro aspecto importante do marketing político que o livro aborda é como criar sinergia com a comunicação off-line a partir do trabalho de mídias sociais. Embora a comunicação tenha que ser contínua em todas as frentes, as equipes de marketing on-line (mídias sociais, SEO, equipe responsável pelo site, e-mail marketing, web analytics, etc.) e off-line (equipes de TV, rádio, impresso, assessoria de imprensa, pesquisa de mercado, etc.) devem se manter sempre próximas. As mídias sociais, muitas vezes, funcionam como ferramenta para as diversas frente do marketing – como, por exemplo, com o monitoramento ou relacionamento. Além disso toda a ação pensada para o off-line reverbera no on-line, o que só ressalta a importância de haver essa sinergia entre a comunicação das duas vertentes.

Ainda pensando nessa integração, retomando alguns conceitos do primeiro e-book, o novo material indica que uma campanha Suficiente é mais dinâmica e tem foco no marketing, no entanto, não integra com pesquisa de mercado e é superficial; já a Otimizada tem um viés mais abrangente (de marketing e pesquisa), embora o candidato não acompanhe os resultados; já a Engajada “se mostra mais completa e traz multiplicidade de vieses que permitem um processo mais robusto para todas as áreas”, no entanto, os processos são mais lentos e tem maior possibilidade da criação de impeditivos criativos para o marketing. Tudo isso deve servir de guia, mas é na rotina de trabalho que essas interações realmente acontecem, o que pode “desafiar” algumas das indicações aqui feitas.

Para quem está acostumado com o processo corporativo de trabalho com mídias sociais, o autor garante: a maior e principal diferença está na frequência de alinhamento estratégico – lembrando que, em qualquer caso, é a importância da campanha para o partido e a complexidade da organização de trabalho que definem esse fator. Para uma campanha mais importante, é indispensável a prática de alinhamentos rotineiros (reuniões muito frequentes com os líderes de todas as áreas da campanha); no entanto, se o tamanho da equipe de marketing for limitado, é compreensível a atualização de status rotineiros (compartilhamentos muitos frequentes de relatórios de status de todas as áreas da campanha). Caso a importância e a equipe seja pequena, é aconselhável a prática de status esparsos (compartilhamentos pontuais de relatórios de status de todas as áreas da campanha); enquanto que, com maior equipe de marketing, a calibração estratégica seja feita em alinhamentos esparsos (reuniões pontuais com os líderes de todas as áreas da campanha).

Dentro desse fluxo de informações, é importante pensar detalhadamente sobre os relatórios que serão produzidos. Para isso, o material apresenta algumas diretrizes:

Os três pilares-guia para a elaboração de um relatório

(1) Qual é a autoridade do autor do relatório? É o coordenador de mídias sociais? É o coordenador de marketing digital? É o planner? É um analista? Quanto maior for o autor na hierarquia processual, mais estratégico deve ser o olhar.

(2) O que esperam os (quais são os interesses dos) consumidores do relatório? O candidato provavelmente quer saber dos resultados vistos de acordo com os KPIs definidos; a equipe de assessoria de imprensa gostará de saber sobre a repercussão de seus releases e esforços; a equipe jurídica provavelmente buscará possíveis riscos ou oportunidades de ataque, etc.

(3) Qual é o conhecimento técnico dos consumidores do relatório? Eles conseguiriam compreender que o menor bounce rate e o maior tempo de visita por unique pageview é aquele cujo source é de referal de mídias sociais? Ou é melhor falar que o público que vem do Facebook é mais engajado do que os demais?

Boas práticas de precisão:

  • So What: para cada bloco de conteúdo, faça um resumo (um sumário executivo) com o mais importante de cada seção;
  • Exemplos e gráficos: ao ilustrar os resultados com gráficos, tabelas e exemplos, a compreensão fica mais fluida;
  • Didática: nem superestime, nem subestime – conheça bem o consumidor do relatório e mostre para ele aquilo que está a seu alcance de compreensão;
  • Foque nos votos: mostre sempre como o que você está descrevendo se relaciona com a campanha e no sucesso nas urnas. Não fique preso às métricas de mídias sociais, mostre KPIs.

Esses alinhamentos estratégicos, diários ou não, onde os relatórios são apresentados para as mais diversas áreas e setores, deve impactar, de alguma forma, o trabalho prática feito pelas equipes. Os chamados inputs (matéria prima ou insights criativos) servem como ponto de partida para o planner “evoluir o plano – seja alterando processos, métricas, KPIs ou mudando as diretrizes da Operação”. Para ilustrar isso melhor, eis o fluxograma abaixo:

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[Como o post ficou um pouco grande, vou tentar resumir ao máximo os capítulos sobre os cases – mas recomendo muito a leitura do livro, principalmente dessa última parte, que é, a meu ver, a mais interessante.]

Os cases de Barack Obama e Marina Silva

A campanha de Barack Obama em 2008 talvez seja uma das mais icônicas de toda a história do marketing político, mas foi o bom uso da internet como principal ferramenta estratégica que lhe rendeu todo crédito. Naquele ano, o cenário para o futuro presidente dos Estados Unidos indicava um objetivo claro: ele precisava de uma base eleitoral alternativa (jovens da geração Y e minorias da população. E como a sua equipe foi atrás desses esforços? Através de um núcleo específico de New Media.

Com o hub midiático disponível no site MyBO.com, a equipe de Obama conseguiu engajar e, mais importante, evangelizar os seus seguidores, através de estratégias de segmentação e fortalecimento de fãs. O senso de comunidade gerou uma verdadeira torcida que se tornou o principal trunfo para o candidato, como na ação de sucesso “Make Five Calls”. Além disso, o trabalho de e-mail marketing foi essencial para mobilizar os usuários e motivar as pessoas interessadas através de um conteúdo relevante e consistente.

Aprendizados da campanha, por Rahaf Harfoush:

A – Saiba onde está seu eleitor e esteja presente ao seu lado;

B – Opte por um discurso personalizado e modular para cada público e cada mídia;

C – Muito mais que KPIs relacionados a tamanho de comunidade, dê preferência para o número de eleitores engajados – esses são os que darão a vitória para você;

D – O candidato deve saber como agir em cada um dos canais de comunicação que usar;

E – Use a rede social que montar a seu favor como um palanque eleitoral;

F – Faça bom uso do cross-media (leve seu eleitor do e-mail para a rede social, da rede social para as ruas, do site para o aplicativo mobile, do celular para os eventos, etc).

Marina Silva, em 2010, também tinha um público específico a quem direcionar o seu discurso: a tradicional classe média urbana. No entanto, com um novo partido e pouca verba, a equipe por trás da candidata tinha que buscar outros canais para se comunicar com essas pessoas, já que a competição via mídia tradicional seria desleal, e foi aí que encontraram as mídias sociais. Com estratégias guiadas por um lema que essas pessoas queriam ouvir (o repúdio à corrupção), a equipe da candidata estabeleceu 12 núcleos de comunicação: site, blog, Twitter, Orkut, Facebook, YouTube, Flickr, Social Game, SRM, arrecadação (crowdfunding) e monitoramento. Com um discurso modular em cada uma das plataformas, o esforço de toda a equipe levou Silva ao segundo turno com resultados memoráveis para uma campanha política no Brasil.

E-book: Primeiros passos para campanhas políticas em redes sociais, do Scup

scup-politica1Scup Ideas – Por Ricardo Azarite

1. Introdução

2. O brasileiro, a internet e as mídias sociais

3. O impacto da legislação eleitoral

4. Como é a relação com o cliente político

Na missão de finalizar os estudos dos e-books do Scup, selecionei, para este semana, uma trilogia sobre campanhas políticas em redes sociais. O primeiro desses materiais foi publicado em fevereiro de 2014, de autoria de Ricardo Azarite, co-autor do livro “Monitoramento e Métricas de Mídias Sociais: do estagiário ao CEO”, frente à mobilização do mercado com as eleições presidenciais que viriam a seguir.

Como indica o título, são apenas orientações “iniciais” para o uso estratégico das mídias sociais em campanhas políticas. Ainda assim, o livro é bastante rico e denso, no intuito de “ser o parceiro de campanha dos profissionais de mídias sociais que se enveredarão pelo caminho apaixonante da política em 2014”.  O propósito é apresentar panoramas gerais de todo o processo de trabalho feito com profissionais de mídias sociais para candidatos e partidos políticos em tempos de participação política fervorosa nas redes.

“Este e-book pretende atingir o leitor da maneira mais completa possível – tratando de assuntos diversos e essenciais. Inclui desde o básico sobre mídias sociais e a Internet no Brasil, passando pelo contexto político e legal que tange as eleições de 2014, até chegarmos, enfim, a uma apresentação do estratégico e do operacional de uma campanha eleitoral em mídias sociais. Como não poderia ser diferente, falaremos das campanhas ‘ícones’ em mídias sociais (Obama, em 2008, e Marina Silva, em 2010), os ensinamentos que podemos extrair delas e os resultados obtidos.”

O segundo capítulo, “O brasileiro, a internet e as mídias sociais”, traz várias pesquisas e dados sobre o comportamento digital do brasileiro, como, por exemplo, gráficos que mostram o acesso à internet no Brasil, a frequência do uso, o perfil do usuário por idade, horas gastas com mídias sociais, dentre outros. São dados importantes da internet no país e como os usuários fazem uso dela, mas que podem estar datados por serem, em sua maioria, de 2010 ou 2012. Em suma, o propósito do capítulo é poder embasar a seguinte afirmação: “brasileiros em idade eleitoral que usam a internet dedicam a maior parte do seu tempo on-line às redes sociais”, o que explica a importância do trabalho em mídias sociais para as eleições de 2014 (à época) e as que vierem nos próximos anos.

“As mídias sociais são parte importante da conectividade do brasileiro e não é à toa que as empresas passaram a dedicar maior atenção para as estratégias nesses espaços. Tomando como amostra o total de usuários no Brasil (portanto, incluindo aqueles que não têm acesso doméstico e/ou no trabalho, há um crescimento acentuado no que diz respeito ao tempo passado nas mídias sociais. Dados apresentados em março de 2013 pela comScore dizem que a média de horas gastas por mês na internet por todos os brasileiros é de 24,4 horas e, delas, 9,3 horas são em acessos aos canais sociais (ou seja, 38,1% do tempo total na Internet).”

O terceiro capítulo apresenta uma vertente ainda mais importante do trabalho com mídias sociais para campanhas políticas: a jurídica. “Se, há alguns anos, a internet ainda era uma zona ‘fora da lei’, em que agentes não se balizavam pelas legislações, hoje o contexto é um pouco diferente”, explica. O Brasil já passou por pelo menos duas grandes campanhas eleitorais para a internet nos últimos anos, e as agências e equipes especializadas já devem ter amadurecido bastante no que se refere à atenção à legislação eleitoral.

Se um escândalo nas redes sociais pode acabar com a imagem de uma marca em apenas alguns dias, imagine o que uma fraude eleitoral dentro das mídias sociais pode fazer com um candidato. É por isso que o livro recomenda que toda a equipe responsável pela comunicação digital esteja a par de todas as leis eleitorais antes de fazer o planejamento e, principalmente, a execução do projeto. Além disso, é aconselhável ter um profissional de Direito que valide todas as ações planejadas para que não haja nenhuma infração.

“Como premissa, contudo, o coordenador da campanha digital deve ter pesquisado as principais restrições das últimas eleições, buscando exemplos de falhas. Deve estar atento também às atualizações recentes nas regras. […] Abaixo, vamos procurar sumarizar a Legislação Eleitoral, tratando da Lei das Eleições de Agosto de 2012. Para evitar o caráter hermético da linguagem do Direito, seguem os principais pontos referentes à Propaganda Eleitoral que todo profissional de mídias sociais deverá saber para as eleições de 2014:

leiseleitorais-redessociais

“Esse resumo da Lei das Eleições já atende suficientemente bem o planner da campanha eleitoral em mídias sociais. Ainda assim, faz-se completamente imprescindível uma validação final do que foi planejado com assessor jurídico e candidato.”

O quarto e último capítulo, “Como é a relação com o cliente político”, é o mais denso do material, no qual são apresentados diversos cenários de atuação da equipe de mídias sociais mediante as propostas de trabalho do partido/candidato. O fluxo, no caso de marketing político-eleitoral, é estabelecido da seguinte forma: partido define as principais diretrizes e metas para seus candidatos -> estes definem o discurso e curral eleitoral alvo com sua coordenação de campanha e assessores -> estes repassam para a agência as estratégias planejadas -> chega tudo novamente para os profissionais de mídias sociais.

O projeto se assemelha ao fluxo do cliente corporativo (CEO/metas -> diretoria de marketing/objetivos estratégicos -> coordenadores e agências/estratégias -> analistas de mídias sociais/melhores práticas e insights), informa o e-book, no entanto, a grande diferença está no produto trabalhado. A analogia utilizada descreve bem a problemática:

“Façamos um comparativo do candidato desconhecido com um chocolate ruim. Assim como podemos colocar uma embalagem mais atraente para o chocolate, podemos também dar roupagem mais simpática ao político, vesti-lo e maquiá-lo de maneira mais profissional; se fizermos um conteúdo hiper-viral e um atendimento excepcional para os consumidores do chocolate, podemos também fazer uma comunicação impecável para o candidato. O que muda é que, quando o concorrente do chocolate diz que a concorrência é ‘de qualidade inferior’ ou ‘tem gosto de sebo’, nós, marqueteiros, sabemos que não vale a pena revidar – mas e quando nosso ‘produto’ tem boca e ego próprios? A situação se torna menos contornável e previsível. Essa é a grande diferença do marketing político para o tradicional: a vontade própria do nosso produto.”

Ou seja, a imprevisibilidade do marketing político é um problema sério e real, afinal, pessoas têm imagens e egos (e falam, diferente de objetos ou serviços). Isso pode acarretar em mudanças de estratégias e desvios de curso completamente diferentes do que foi prioritariamente estabelecido. “Cabe ao estrategista de marketing político, portanto, planejar estratégias de relações públicas, de gerenciamento de crise e de imagem mais robustas, avaliando mais cenários de possíveis problemas”, alerta o livro. Ou seja, cabe ao profissional de marketing político estar bem armado com dados que “embasem todas as estratégias expostas ao candidato”, uma vez que “o ego e a vaidade podem ser empecilhos.”

“Diferentemente da televisão e das mídias off-line, mídias sociais permitem uma convergência interessante – do Facebook para o site, do site para uma ferramenta de crowdfunding, da ferramenta para um fórum de discussão, etc. Logo, a mera veiculação de conteúdo atende também uma função de ativação e incentivo à pró-atividade do usuário. Além de servir como mídia de divulgação e ativação, o Facebook também pode gerar conversas, criar relacionamento e servir como plataforma de atendimento no caso de empresas – engajando e transformando um mero ouvinte em um fiel cliente e evangelizador de sua marca. Mas, mais do que isso, o que é falado no Facebook ainda pode ser usado como fonte informativa para a geração de insights, monitoramento de crises, fonte para pesquisas de mercado, etc.”

O livro elenca três principais funcionalidades das mídias sociais: falar (que engloba o uso da comunicação unidirecional e ativação) – em termos comuns ao mercado, ativação ou divulgação; conversar (atendimento e relacionamento) – ou relacionamento; e ouvir (inteligência e monitoramento) – também comumente visto como monitoramento. Ou seja, através do trabalho nas redes é possível criar, desenvolver e elaborar todo um planejamento estratégico que vai desde à ativação de um objetivo pontual de marketing até o monitoramento que atende a um núcleo de inteligência de mercado e de pesquisa. Essa amplitude – bem ilustrada na tabela abaixo – é o desejável dentre os profissionais digitais para fazer um trabalho completo, no entanto, conforme pontua o e-book, algumas variáveis são essenciais para decidir as táticas e funcionalidades de uma campanha:

tabela-1

  • Orçamento: como vendedor do serviço de mídias sociais, testará com seu cliente até onde se pode ir e quanto será disponibilizado para essa área do marketing;
  • Envolvimento: quão centrais são as mídias sociais para a coordenação da campanha? Se for, de fato, core da campanha, há proximidade do candidato e dos demais coordenadores com a prática? Eles estão dispostos a usar os benefícios de mídias sociais a favor da estratégia?
  • Objetivos: para quem espera algo pontual, não faz sentido criar um plano tão robusto e completo, com o uso de todas as funcionalidades possíveis.

Ao explicar sobre a relação entre agências e clientes, o livro informa que “a realidade do marketing eleitoral e político brasileiro é bastante complexa”. Isso significa que, em suma, os candidatos são pessoal e politicamente bastante diversos e, principalmente, cada um deles têm um peso de influência e capacidade midiológica dentro do partido em que faz parte. Há grandes partidos, pequenos partidos candidatos mais midiáticos e outros menos interessantes, ou seja, esse cenário que será responsável por definir as estratégias da campanha, uma vez que cada cada um deles exige uma proposta de trabalho diferente.

O material exemplifica de forma ilustrativa as possibilidades de atuações do núcleo de mídias sociais com as atribuições dadas a partir do contexto no qual ele está inserido. Os seis cenários mais genérico de organização do cliente político com agências de comunicação e marketing, separados em três grandes grupos de organização dos personagens da campanha podem ser apresentados da seguinte forma:

1. O candidato precisa de algo mais ‘robusto’ – àqueles que têm grande importância eleitoral para o partido, ou então àqueles que têm um orçamento maior.

“O que varia nas duas estruturas desenhadas é o cliente – ora é um candidato com grande interesse, ora é um partido com orçamento suficiente para uma composição de prestadores de serviço de comunicação para seus principais candidatos. Independentemente do ciente, o núcleo de mídias sociais cuida exclusivamente dessa área. Essa característica de mídias sociais garante principalmente (a) agilidade em planejar, (b) autonomia de criação e (c) risco de distanciamento das demais operações, configurando o caráter comunicacional multifacetado na campanha.”

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O modo da dinâmica entre agências e cliente podem ser divididos com as possibilidades: 1) tendo um coordenador da campanha como ponto focal – dessa forma, ganha-se em alinhamento de objetivos e estratégias, mas perde-se velocidade e dinâmica no dia a dia da operação; 2) uma das agências se destaca como ponto focal, se responsabilizando pela replicação das estratégias às demais – corre-se o risco de perder o alinhamento estratégico com a coordenação da campanha, em detrimento de alguma dinâmica na operação; 3) uma mescla entre ambos: um ponto focal com o candidato e uma liberdade de interação entre as agências – esse cenário oferece agilidade e interatividade aos agentes e cria um processo de dupla verificação estratégica.

2. O caso intermediário é praticamente idêntico ao primeiro para o cliente – contudo, no que diz respeito à dinâmica da equipe de mídias sociais, há uma substancial alteração na rotina.

“Na representação da imagem 2, o núcleo de mídias sociais está incluída na prestação de serviço de uma agência – repare que há ainda outros fornecedores, o que traz ainda um resquício das características do caso descrito pela imagem 1, acima. Esse cenário pode se dar tanto como uma empresa ‘quarteirizada’, quanto como núcleo próprio da agência terceirizada – e há uma expressiva diferença entre esses dois cenários.”

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“Se a empresa de mídias sociais for quarteirizada, significa que há um fluxo de comunicação ainda mais complexo (candidato/partido ditam as macro diretrizes para a agência principal, que, dependendo de como estiver organizada, repassaria as informações à agência terceirizada que cuida de uma quarteirizada de mídias sociais, ou diretamente à quarteirizada, ao invés do caso anterior). Para evitar ruído de informações, é desejável que haja sempre um representante responsável por mídias sociais em contato direto com o candidato.”

3. No terceiro caso, os candidatos têm necessidade comunicativa mais ‘modesta’ – caso em que há um orçamento ou interesse partidário menores (dessa forma, não é preciso investir uma equipe com dedicação exclusiva).

“O terceiro caso é o mais reforçado no sentido estratégico, pois alinha em um único fornecedor todas as expertises do marketing político – de mídias sociais a todas as outras frente. Dessa maneira, o alinhamento de objetivos se dá de maneira muito mais eficiente e eficaz, conferindo, ainda, mais agilidade à operação.”

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“Repare que, nas três situações, é possível que haja um único candidato ou vários candidatos atrelados às agências. Independentemente da situação, o mais comum é que haja uma coordenação de campanha no partido, que servirá de ponto focal com as empresas – inclusive no caso de vários candidatos de uma só vez. Nesse caso, o que muda é a estrutura interna na agência, que deverá se reorganizar para definir os “quês” e “comos” da operação.

Todo esse fluxo de trabalho entre responsáveis pelas mídias sociais e agentes específicos das campanhas exige “criar processos que sirvam de balizadores e que impactem positivamente na comunicação e gerenciamento”, uma vez que todo esse tráfego de informação pode ser corrompido durante a jornada. Como forma de contornar isso, o material recomenda três sugestões de atuação: suficiente, otimizada (meio-termo entre burocracia e resultado) e engajada – que podem ser bem analisados na tabela abaixo. A última explora uma “multiplicidade de olhares e de perspectivas que garantirá melhores resultados para o candidato”, no entanto, é também a mais complexa, exigindo mais esforços de tempo, equipe e ferramentas.

tabela-2

Uma ressalva que o material faz é se tratando do briefing que, independente de qual estratégia for usada para separar as equipes, deve será ser feito por todas as áreas de comunicação, além da direção do partido/campanha do candidato – conforme pode ser visto na tabela 3, logo abaixo. Além disso, o ideal é que todas as áreas exponham e analisem os resultados obtidos: “Quando compartilhados os resultados, cria-se um círculo virtuoso de trabalho – as análises se complementam e podem ilustrar um cenário mais completo.”

tabela-3

“Também num processo mais engajado, todas as áreas deverão realizar as análises dos resultados obtidos em mídias sociais. Porém, faço aqui um adendo: não devem ser compartilhados apenas os resultados em MS, mas sim de todas as áreas. Esse momento de análise conjunta é essencial para que se façam leituras mais abrangentes. Grosso modo, ao compartilhar os resultados, é como se reiniciasse toda a estratégia da campanha e esse fosse mais um momento de briefagem, no qual todos repensarão as tátidas usadas e, quiçá, a estratégia.”

E-book: Monitoramento e mensuração de crises em mídias sociais, do Scup

scup-crisesScup Ideas – Por Gabriel Ishida e Bianca Carneiro

1. Oportunidades e ameaças no monitoramento de crises

2. Premissas e características do monitoramento de crises

3. Como identificar possíveis de crises

4. Complementando os dados do monitoramento

5. Encontrando pistas que contribuem na análise da crise

6. Planejamento e investigação são as chaves do monitoramento de crises

Como expliquei no primeiro post, esta semana escolhi dois materiais sobre monitoramento para estudar e publicar aqui no blog. A área de monitoramento, métricas, análise de dados, business intelligence e tudo que tange esses assuntos têm me interessado cada vez mais e, por isso, busco aprofundar meus estudos para que possa continuar seguindo para esse lado. Ainda com os e-books do Scup, selecionei este livro que aborda uma das principais funções do monitoramento (além do atendimento): a gestão de crises online.

Escrito por Gabriel Ishida e Bianca Carneiro, ambos à época, da dp6, o material busca “apresentar quais as oportunidades, potenciais, limitações e os recursos necessários para uma operação de monitoramento e mensuração de crise, focando-se, principalmente, na aplicação metodológica e fluxos de processos recomendados para o trabalho”. Embora seja um livro curto, de apenas 21 páginas, é bastante focado no que se propõe: como identificar uma reclamação ou um assunto que pode ser prejudicial a tempo de solucionar problemas e evitar que eles atinjam proporções de grande tamanho.

“Toda operação focada em crises em mídias sociais deve ser baseado em três pilares: ferramenta(s) de monitoramento e mensuração, atuação da equipe e o fluxo de trabalho (workflow). A escolha da(s) ferramenta(s) é fundamental para o sucesso da operação. A ferramenta deve sempre contar com uma coleta em tempo real dos posts e ter uma completa (e em contínuo aperfeiçoamento) configuração de palavras-chave e tagueamento. A maioria das ferramentas atuais já fazem a coleta com tempo mínimo, mas é sempre bom averiguar como é o tempo de coleta, pois cada minuto perdido entre a postagem e a coleta por parte da ferramenta pode ser a diferença entre evitar ou amplificar uma crise.”

A primeira coisa a se fazer para iniciar a execução de um projeto de monitoramento é determinar as palavras-chave que serão pesquisadas. No caso da gestão de crises, é preciso que, junto ao trabalho comum de coleta de dados relacionado ao negócio, é preciso fazer o levantamento de uma lista de termos que apontem possíveis indícios de crise ou que sejam relevantes para a reputação da marca. Ou seja, além de um monitoramento de todo o universo da marca, é preciso “configurar a ferramenta para automatizar a classificação de posts contendo os termos que representam uma ameaça ou crise para a marca” – com uma tag Crises, por exemplo, que permite ao analista ter um olhar mais focado nesses posts, podendo, ao mesmo tempo, observar o restante dos posts quando necessários.

universo-crise

Para fazer esse trabalho, o material indica uma ou duas pessoas para ficar na vigília do monitoramento de crises. Além disso, é necessário que haja um profissional na coordenação que possa atuar frente aos clientes e demais envolvidos, também sendo responsável pela distribuição de trabalhos e tarefas do projeto. Outra ressalva importante que o e-book traz é considerar um valor extra a ser cobrado, já que algumas vezes esse tipo de monitoramento exige trabalho nos finais de semana ou em datas comemorativas. “Uma boa prática é estabelecer um período de pedido por parte do cliente para o monitoramento em dias excepcionais (48 horas antes do dia a ser monitorado, por exemplo)”, o que permite que o coordenador prepare e planeja as ações que serão feitas com a equipe.

É também no fluxo de trabalho que deve-se estabelecer uma metodologia consistente que possibilite a mensuração dos assuntos passíveis de crise. O livro orienta que seja criado um protocolo para que o analista observe a situação e consiga facilmente identificar se o assunto poderá se tornar uma crise no futuro. Outra prática importante a se fazer no fluxo é definir quais área e contatos serão alertados conforme o monitoramento seja executado, estabelecendo qual funcionário será o ponto focal na agência e na empresa e quem vai ter acesso ao que na ferramenta utilizada – através de níveis que compreendam a necessidade de cada um.

“Uma boa prática é ter apenas um ponto focal no cliente para demandas mais gerenciais e a agência ter contato direto com os responsáveis pelas áreas envolvidas. Assim, a informação chega ‘quente’ para quem precisa e não é necessária a intermediação de mais pessoas. Além disso, uma outra boa prática é dividir os alertas e assuntos passíveis de crise por setor responsável. Por exemplo, se é um e-commerce de moda, problemas com peças defeituosas devem ser encaminhados apenas para a área de produtos e problemas com entrega apenas para a área de logística. Assim, evita-se que muitas pessoas recebam alertas que não são relevantes.”

Para evitar possíveis crises, é preciso ficar de olho em duas questões: primeiro, monitorar os temas sensíveis relacionados à empresa; depois, utilizar das métricas disponíveis para “determinar quando um assunto deve ser considerado crítico”. Ou seja, é necessário prestar atenção às vulnerabilidades do negócio e perceber quando algum comentário pode ser passível de repercussão negativa. A partir daí, a análise de métricas se faz necessária para classificar cada crise “de acordo com seu potencial e dano.” Algum comuns são listadas pelo e-book:

  • Volume de posts: representa o total de menções a um assunto específico.
  • Usuários únicos: mostra a quantidade de usuários únicos comentando sobre o assunto.
  • Repercussão: mostra o potencial de disseminação do assunto, de acordo com as interações dos usuários.
  • Alcance potencial: é usada principalmente no Twitter e representa a possibilidade máxima de impressões da menção com base na quantidade de seguidores dos usuários que fizeram o post.
  • Propagação: é possível analisar o comportamento do tema por períodos, como posts por hora; deve ser usada em conjunto com as métricas anteriores para estipular se o comportamento delas é comum ou fora do normal em termos de viralização.
  • Gravidade do assunto: mesmo com a determinação prévia dos temas sensíveis para as empresas, é possível que algumas situações sejam mais graves que outras; é possível elencar as situações com gravidade alta, média ou baixa.
  • Influência: representa o alcance potencial dos usuários com mais seguidores (importante para encontrar os usuários com maior potencial de disseminação).
  • Volume de posts por usuários: muitos comentários feitos por poucas pessoas representam dedicação que pode afetar a marca, se aplicada negativamente.
  • Especialização: comentários de pessoas especializadas em um tema tendem a ter maior influência do que comentários de pessoas comuns.
  • Famosos: pessoas famosas na mídia e/ou conhecidas nas redes sociais tem alto potencial de disseminação mesmo com baixa especialização em um tema.
  • Perfis oficiais: citações de órgãos oficiais, concorrentes, políticos, entre outros são importantes pois podem ter impacto para a empresa em diversas áreas, além da relação mercadológica cliente/produto.

“Apesar de ser voltado para questões institucionais, o monitoramento de crises é altamente influenciado por acontecimentos externos na sociedade, no governo, com os concorrentes, etc. Assim, é necessário que o analista de monitoramento conheça os principais acontecimentos e tenha consciência de quando eles poderão influenciar o seu cliente. […] Um analista, com alto conhecimento do mercado do cliente e de situações diferentes que podem ter influência sobre a marca, pode participar mais ativamente da gestão de crise e aconselhar a tomada de decisões com base em dados, pesquisa e experiência.”

Para complementar os dados coletados pela ferramenta de monitoramento, o livro sugere outras ferramentas gratuitas – Google Trends, Topsy, Tweet Reach, App Digital e Twitter Grader, além da busca manual do Twitter – para analisar casos urgentes que podem ajudar a contextualizar o panorama de uma situação. Elas também possibilitam que o analista complemente “verifique a repercussão (comentários e volume de compartilhamentos e likes) em posts mais relevantes sobre o assunto, com o intuito de medir se o posts está gerando interações.”

Outra questão importante que se deve ter cuidado é com a propagação de comentários negativos vindo de influenciadores. Esses usuários podem ou não ter um alcance maior, mas talvez o poder de persuasão para com seus seguidores pode indicar um sinal de alerta. “É interessante fazer acompanhamento de blogs, páginas e grupos com formadores de opinião ou pessoas interessadas em um tema de interesse para o mercado e propósitos do cliente”, ou seja, ficar atento em lugares onde o mercado/serviço ou universo da empresa pode ser tema de debate.

Em suma, é importante acompanhar tanto os usuários comuns quanto a opinião pública qualificada, uma vez que estes podem trazer insumos “para se preparar e abastecer melhor no trabalho de crises.” E todo esse trabalho deve ser feito por profissionais curiosos que vão além do óbvio para identificar, compreender e solucionar os casos de crise. Para isso, é preciso investigar situações, pessoas e motivos a fim de proporcionar ao cliente um contexto do problema e indicar, com argumentos a base de dados, a melhor maneira de sair da crise.

“O monitoramento e mensuração de crises nas redes sociais é um processo detalhado que demanda organização, conhecimento do cliente e curiosidade para assimilar qualquer detalhe que possa ser útil na solução do problema, de forma a causar menos danos à imagem da companhia […]. Para este trabalho contamos com as ferramentas de monitoramento de mídia sociais mas, como vimos, a investigação, a exploração e, principalmente, a interferência humana são cruciais para um trabalho bem feito. A ferramenta de monitoramento é apenas parte do processo: ela dá as pistas e a sinalização do que o analista deve investigar. Além disso, é o analista que aplica as metodologias de análise e mensuração para entender qual é o nível de criticidade do assunto.”

E-book: Como fazer e vender um projeto de monitoramento de mídias sociais, do Scup

scup-monitoramentoScup Ideas – Por Cinara Moura

1. Conhecendo o comprador

2. Adequando a proposta

3. Elaborando a proposta

4. Escolhendo a ferramenta

5. Definindo o valor da proposta

6. Apresentando e entregando a proposta

Gosto de pensar que ainda sou muito novo para decidir qual caminho seguir dentro do universo de marketing digital (mídia programática, SEO, Google Adwords/Facebook Ads, planejamento, BI, etc.), mas quanto mais leio, pesquiso e estudo sobre a área de /inteligência de mercado/pesquisa e análise de dados, mais me sinto atraído. Por isso que, para esta semana, (quase) finalizando os e-books do Scup (ainda faltam três materiais sobre política e dois sobre jurisdição digital, além de um sobre gamification), selecionei dois livros sobre o monitoramento de mídias sociais – para planejamento e execução.

O primeiro, escrito pela Cinara Moura, tem como objetivo ensinar como fazer e vender – com foco na criação da proposta – um projeto de monitoramento de mídias sociais (como indica o título). Ou seja, não ensina, na prática, como executar o monitoramento através da ferramenta X ou Y, mas tudo que há de ser feito “nos bastidores” desse trabalhoso projeto. Embora o conteúdo possa ser mais destinado aos gestores de agências, analistas e entusiastas também podem tirar grande proveito da obra, afinal, são dicas e orientações riquíssimas de como elaborar todo o projeto de monitoramento – que ajudam até a se ambientar com esse tipo de trabalho, para quem não o conhece de perto.

Conhecendo o comprador de monitoramento de mídias sociais: qual é a expectativa do cliente quanto ao monitoramento?

. Estude o comportamento, hábitos e atividades do comprador do monitoramento

. Descubra se o comprador do monitoramento já teve contato com essa atividade anteriormente e identifique o que pode ser mantido

. O monitoramento pode ser solicitado pelo departamento de Marketing ou comunicação de uma empresa ou por uma agência

O primeiro passo para elaborar o projeto de monitoramento é fazer um bom estudo de quem o solicitou, ou seja, buscar informações sobre esse profissional que indiquem que tipo de atividade ele faz dentro da empresa que atua e como ele encara esse trabalho – tendo em mente que esse pedido pode ser feito por uma marca, por uma agência ou, até mesmo, internamente (dentro de uma agência a um departamento específico). Isso vai ajudar a compreender qual é a sua expectativa com o projeto, além de descobrir se já houve um contato anterior com algum trabalho de monitoramento. A partir desse histórico (caso exista), será possível aprender com os erros antigos e buscar melhorias para que o novo trabalho seja feito com excelência.

Adequando a proposta de monitoramento ao cliente: a que o monitoramento deve responder, ou seja, qual é o seu objetivo?

. Identifique o objetivo do monitoramento

. Entenda o negócio do contratante (macrossistema da organização)

. Veja quais são as demandas de informação do monitoramento (microssistema)

. Os principais objetivos do monitoramento são: gestão de reputação, SAC 2.0, proteção de marca, benchmark, pesquisa de marca, mensuração de campanha, segmentação de público, mapeamento de influenciadores, geração de leads e inovação

. A partir dos objetivos, defina os canais que serão monitorados (blogs, portais, redes sociais e etc.)

Depois de conhecer a fundo a pessoa que fez o pedido do monitoramento, é preciso estabelecer os objetivos do projeto. Essa é uma parte essencial de todo o planejamento, pois todas as atividades que virão a seguir (definição e configuração da ferramenta, definição de habilidades e perfis da equipe envolvida, KPIs e métricas, plano de classificação dos dados, elaboração de insights e etc.) serão guiadas por esse norte comum. Para isso, é preciso fazer um estudo geral sobre o negócio do cliente dentro do seu ambiente de atuação, para que a proposta seja mais assertiva e demonstre um conhecimento específico sobre a área na qual o cliente se encontra.

Em seguida, depois de analisar esse macrossistema, parte-se pro micro: quais são as perguntas operacionais que o monitoramento de mídias sociais deve responder – ou seja, qual é o propósito desse projeto. Alguns dos principais objetivos relacionado ao monitoramento são:

  • Gestão de reputação: acompanhar como está a percepção de determinada marca ou ainda alguma campanha ou produto específico junto ao público consumidor.
  • Suporte ao consumidor (SAC 2.0): tem o objetivo de monitorar o que está sendo falado pelo consumidor a fim de oferecer soluções a problemas e respostas rápidas a questionamentos.
  • Proteção de marca: gerenciamento que pode servir para proteger sua marca.
  • Benchmark: monitorar as iniciativas dos concorrentes ou de marcas que são referência de mercado.
  • Pesquisa de mercado: visa entender um comportamento específico sobre determinado assunto ou tema.
  • Exposição de marca: possui a finalidade de entender em que espaços há conversas direcionadas a determinado produto ou serviço ou onde o público de interesse gasta seu tempo on-line.
  • Pesquisa de marketing: acompanhar o que os consumidores desejam e valorizam em relação a determinado produto, ação ou marca.
  • Mensuração de campanha: objetiva monitorar o buzz em torno de terminada ativação ou campanha.
  • Segmentação de público: usa-se das conversas nas mídias sociais para mapear assuntos relacionados ao público-alvo da marca e segmentá-los em personas.
  • Mapeamento de influenciadores: entende quais são as pessoas com maior relevância e poder de influência em determinado segmento ou assunto.
  • Geração de leads: pretende usar as menções on-line para encontrar oportunidades de negócio junto ao público-alvo.
  • Inovação: tem o objetivo de ajudar os departamentos de pesquisa e desenvolvimento a encontrar insights direcionados ao aprimoramento e à inovação de produtos e serviços.

Além disso, é preciso tomar como base os objetivos para definir quais plataformas serão monitoradas. Essa configuração também é de extrema importância, uma vez que o uso de cada uma delas pode agregar de diferentes formas os dados coletados – os 140 caracteres do Twitter, por exemplo, podem ser menos “valiosos” do que a seção de comentários de um blog onde as pessoas se estendem mais na fala.

Elaborando a proposta do trabalho de monitoramento

. Organize as ideias para vender o monitoramento

. Defina os principais termos do monitoramento para fazer um pré-teste

. Dimensione o volume de menções e a carga operacional que precisa ser dedicada ao projeto (horas, pessoas, picos de demanda)

. Estabeleça o escopo de trabalho, ou seja, os limites do projeto

. Os principais itens do escopo de trabalho são: entregas, quantidade de menções monitoradas, metodologia e cronograma

. Ao elaborar a proposta, considere as seguintes práticas: comece pelo macro, demonstre possibilidades, explicite as premissas, demonstre graficamente as etapas do processo e trabalhe em conjunto

Imagina ter que sondar o número de vezes que alguém falou sobre usar um guarda-sol na praia do Rio de Janeiro no Twitter. Além disso, coletar tudo isso, organizar, categorizar, classificar, analisar e extrair resultados – não deve ser fácil, mas o cliente precisa ver alguma proposta em mãos. Para ter uma noção básica de qual será o volume de menções e a carga operacional que será dedicada ao projeto, é aconselhável definir termos principais do monitoramento e fazer uma espécie de “piloto”, uma pré-exploração, que pode indicar mais ou menos quantas horas serão necessárias para fazer todo o trabalho, além de perceber se há a necessidade de uma análise qualitativa mais profunda. Tudo isso deve ser explicado ao apresentar a proposta de trabalho ao cliente, que vai embasar a defesa do investimento.

No entanto, caso não seja possível fazer esse test-drive, toda a equipe de monitoramento deve fazer projeções dos resultados que possam garantir uma premissa do projeto a ser demonstrada ao cliente – o que deve ficar claro ao fim da proposta, uma vez que estarão trabalhando no campo das hipóteses e ajustes podem ser necessários, como, por exemplo, com os níveis de volume de menções (que influencia na ferramenta). A partir disso será definido o tão importante escopo do trabalho, que “define as possibilidades e, principalmente, os limites do trabalho de monitoramento, desde o início do projeto, e serve para a estruturação interna (equipe, ferramenta e etc.)”. Esse escopo irá proteger a agência de alterações bruscas no monitoramento a pedido do cliente, o que pode alterar consideravelmente na força de trabalho de toda a equipe.

escopo-trabalho

Boas práticas que podem ser seguidas e ajudam a impactar na assimilação das ideias:

  • Comece pelo macro: explique como o monitoramento pode servir ao negócio, à empresa ou à marca, se possível contextualizando frente aos principais players do mercado ou a marcas que são referência no segmento de atuação.
  • Demonstre possibilidades: a partir do objetivo do monitoramento, projete alternativas de resultados, para que o cliente perceba que há um domínio no caminho a ser percorrido no processo de monitoramento.
  • Explicite as premissas: coloque de forma clara e sem enrolações as premissas que podem influenciar o monitoramento. Jogar limpo e alinhar as expectativas antes do início da operação potencializam as chances de satisfação.
  • Demonstre, se possível graficamente, todas as etapas do processo: trabalhe com a hipótese de que seu cliente desconhece o passo a passo técnico e elabore a proposta de forma didática, tornando compreensível cada etapa do projeto ao longo do tempo.
  • Trabalhe em conjunto: pessoas com expertises e pontos de vista externos à operação de monitoramento podem trazer questionamentos válidos para a proposta, antecipando possíveis dúvidas e sugestões do prospect.

Escolhendo a ferramenta

. Identifique qual ferramenta pode trazer mais vantagens à execução do trabalho

. Avalie as ferramentas a partir das seguintes opções: como os dados são coletados? quais as limitações da ferramenta? ela capta posts em quais redes? em tempo real? quais as possibilidades de filtros? há alternativas de integração com os sistemas do cliente final? no decorrer do trabalho, qual será o suporte técnico da ferramenta?

. Considere quatro fatores básicos no processo de escolha da ferramenta: preço, suporte, funcionalidades, usabilidade e eficiência operacional

Embora seja um aspecto técnico que só é transformado em inteligência a partir do contato com a análise humana, a ferramenta tem um caráter essencial para um bom trabalho do monitoramento pois extrai a matéria-prima de todo o projeto: a coleta dos dados. Pensando nisso, é preciso escolher uma ferramenta que vá de encontro às necessidades dos objetivos traçados lá no começo – se for um SAC, é preciso direcionar para o aspecto social e de resposta; se for análise de marca, talvez seja melhor priorizar os filtros (e cada ferramenta tem seus pontos fortes e fracos).

Ou seja, em vez de preço, pensar o custo-benefício – de nada adianta pagar menos mas ter uma ferramenta fraca, incapaz de fazer um bom trabalho. “Crie uma lista de critérios de acordo com o objetivo do projeto e pontue em cada ferramenta”, aconselha o material. Além disso, é preciso levar em consideração o suporte, uma vez que diversas funcionalidades podem exigir uma ajuda extra que só um suporte qualificado atenderá. Uma interface amigável e uma disposição de execuções de faço uso também são aspectos importantes a serem considerados.

Definindo o valor da proposta de monitoramento

. Busque tornar tangíveis as atividades do trabalho de monitoramento

. Considere na precificação: horas de trabalho, gestão de equipe, tempo gasto com reuniões, apresentações, alinhamentos e deslocamentos, manutenção do espaço física, salários, impostos e tributos

. Insira uma margem de erro para possíveis desvios ao que foi estimado

. Defina percentualmente o lucro almejado com o trabalho

Dar um preço ao trabalho é uma das partes mais difíceis de qualquer profissão, principalmente quando as tarefas são tão subjetivas como, muitas vezes, na (vasta) área de comunicação. “A viabilidade de um trabalho de qualidade se dá através do cálculo de investimento coerente com as demandas do projeto e com a lucratividade objetivada pelo departamento e pela agência”, aponta o e-book. Mas um bom começo para tentar superar esse desafio é tomar como base a proposta de trabalho, que também não segue uma fórmula exata.

“Com o cálculo das horas em mãos, multiplicam-se as horas demandadas pelo valor de custo da hora-homem do local. Esse valor geralmente é fornecido pelo Departamento Financeiro da agência, ficando sob a custódia dos heads das áreas que elaboram propostas e dos responsáveis pela precificação. A título de curiosidade, esse valor de hora é resultado do cruzamento de uma série de fatores, como o costo da equipe, a manutenção do espaço físico e equipamentos, impostos e tributos. Esse cálculo também é conhecido como overhead, que é o custo ou a despesa de operação contínua de um negócio, que pode ser uma agência ou empresa.”

Uma ressalva que o material faz é de lembrar que a precificação também é uma etapa estratégica da elaboração de uma proposta, afinal há uma venda de um serviço para um potencial cliente. É preciso deixar todo o trabalho bem esclarecido para que todo o projeto de monitoramento seja valorizado como tal, o que deve ser feito por um gestor sênior que tenha domínio da operação de monitoramento e do negócio da agência. A partir daí, “fica mais fácil encaixar as peças num pensamento a curto, médio e longo prazo, a fim de precificar corretamente e gerar benefícios tanto para o departamento, quanto para a agência e para o cliente a que se destina o projeto.”

Apresentando e entregando a proposta

. Torne a apresentação agradável para o interlocutor

. Faça apresentações específicas para cada setor responsável pela compra do monitoramento

. Considere duas etapas da apresentação: aprovação da proposta técnica e aprovação da proposta comercial

. A proposta técnica deve demonstra o processo de monitoramento e as demandas do projeto; a proposta comercial deve trazer o desmembramento do investimento, a equipe envolvida e os KPIs que serão mensurados

. Capriche no template da apresentação

. Faça uma apresentação elegante, criativa e, principalmente, funcional

. Coloque pouco texto nos slides de sua apresentação

. Faça uma versão mais detalhada da sua apresentação para enviar por e-mail ou entregar impressa

Por fim, é preciso fazer a apresentação da proposta – e não é porque é o último item da elaboração do projeto que este é o menos importante, afinal, é através dele que o cliente terá o contato com tudo que foi planejado anteriormente. Para fazer um bom trabalho nessa etapa, inicialmente, é preciso saber para quem será feita essa apresentação, uma vez que diferentes cargos almejam saber de diferentes aspectos do monitoramento. Mas, no geral, a apresentação deve ser funcional, sendo destrinchado de maneira criativa e clara todo o processo de monitoramento para que o investimento seja explicado e justificado a partir do escopo de trabalho.

“A função da apresentação é vender ao futuro cliente o trabalho de monitoramento, ou seja, encantá-lo. É vital para o sucesso que ela seja agradável e didática, sendo que técnicas de visualização de dados tornam-se grandes aliadas nesta fase. Elas ajudam a aliar o designe e funcionalidade para que as informações sejjam transmitidas de forma eficaz, potencializando o que deve ser ressaltado.”

A agência também pode – e deve – apresentar outros cases de sucesso que podem ser relacionados à proposta de trabalho atual, o que demonstra um domínio do projeto e garante responsabilidade para ações futuras. Além disso, é preciso que o profissional responsável por fazer a apresentação tenha total conhecimento (domínio do processo e didatismo na explanação, assim como clareza na fala) do que está sendo apresentado, para que possa passar segurança e confiança no trabalho que será desenvolvido.

E-book: Como impulsionar as vendas do seu e-commerce com as mídias sociais, do Scup

scup-ecommerceScup Ideas – Por Kátia Furtado

1. Vendendo com a ajuda das mídias sociais

2. Como, o que e por que monitorar as redes sociais

3. Transformando posts e conversas em vendas

4. Pós-venda e mensuração de resultados

A grande maioria das empresas, dos negócios e das lojas tiveram que migrar para o ambiente online devido ao crescimento da popularidade dos sites e plataformas de redes sociais. No entanto, alguns negócios já surgiram nesse ambiente, o que, supostamente, deveria significar que já estariam à frente dos imigrantes ao pensar estratégias de vendas para o benefício do e-commerce. Mas nem sempre é isso que acontece.

Escrito por Kátia Furtado, esse e-book do Scup ensina os primeiros passos para organizar a estratégia de vendas do seu e-commerce em torno das mídias sociais. Com o intuito de “ajudar qualquer gestor de e-commerce a entender quais são as possibilidades existentes para obter um retorno muito melhor dos esforços colocados em social media”, o livro aponta basicamente a importância do monitoramento das mídias sociais em prol do seu negócio e quais são as oportunidades que esse ambiente têm a oferecer às empresas, além de como usufruir delas.

“Mais do que somente descobrir o que estão falando sobre a sua loja, o monitoramento de redes sociais é uma forma inteligente de entender o comportamento do consumidor e encontrar os clientes que procuram os produtos que você vende no seu e-commerce.”

O livro ratifica que, para pensar uma boa estratégia de e-commerce nas redes sociais, é preciso saber o que o público está falando sobre o seu negócio – lembrando que, muitas vezes, este não será marcado ou mencionado com seu perfil oficial; cabe aos profissionais de marketing estarem atentos a esse “buzz” gerado “do lado de fora”. Além disso, esse acompanhamento constante do que está sendo falado pode também ajudar a resolver problemas técnicos com os usuários/clientes. No entanto, o e-book ressalta que dados extraídos das redes sociais devem sempre ser cruzados com pequisas e dados externos, para que os insights possam ter um contexto e um cenário de compreensão responsável.

“Ao classificar as menções por assunto e sentimento, é possível extrair dados muito ricos para melhorias internas e reforçar campanhas que estejam funcionando bem, além de extrair dados sobre o comportamento do consumidor. Porém, medições não irão agregar se não forem tomadas ações para melhorar a percepção dos clientes em relação aos serviços prestados. Todas as áreas do e-commerce precisam estar alinhadas e integrar os dados capturados.”

O monitoramento, além de ser necessário para um bom atendimento, é um bom aliado do planejamento de conteúdo – uma vez que, ao descobrir o que o cliente deseja, a mensagem se torna mais direta e atraente. Para planejar as campanhas e a comunicação como um todo de forma mais assertiva, o livro exemplifica algumas opções do que pode ser feito: monitorar a base de e-mails para descobrir o que um grupo de clientes está procurando; monitorar os produtos disponíveis na loja e, com base no que está sendo mais falado espontaneamente, escolher o que publicar em cada rede social; monitorar a combinação de produtos e marcas que vende para planejar campanhas de datas especiais, como Black Friday ou Natal. É também com o monitoramento que é possível identificar advogados e detratores da marca, sabendo bem como lidar com cada um deles.

“Se um cliente fala bem do seu negócio mais de uma vez e tem uma boa influência sobre sua rede de contatos, vale a pena enviar um presente, oferecer um desconto numa próxima compra ou até chamá-lo para um café, fazer um tour pelo escritório e pela operação. Se a pessoa já fala da loja de forma espontânea, isso vai fazer com que ela ‘trabalhe por você’ toda vez que algum conhecido pedir uma recomendação.”

Outra coisa abordada no material é a inversão de vetores do marketing digital. As empresas e marcas, sejam de venda (online) ou não, precisam entender que a comunicação não é mais unilateral. Um perfil no site de redes sociais não é igual um vitrine, onde os produtos podem e devem ser exibidos para livre consumação (visual), mas é preciso planejar o conteúdo pensando como o consumidor – o que ele quer e como ele quer (comprar). Ou seja, o planejamento estratégico de conteúdo precisa ser minucioso para oferecer produtos que os clientes realmente desejam adquirir, para então alcançar o objetivo de gerar conversões.

“É preciso também analisar quais foram os produtos que mais geraram engajamento (logo, interesse) e tentar alcançar novamente aqueles clientes que foram atingidos pela publicação mas ficaram parados na parte do ‘interesse’ no funil de vendas. Descobrindo quais foram os produtos dos posts, pode ser interessante fazer uma campanha de desconto ou com algum diferencial para tentar captar esses clientes por meio de alguma condição especial. Usando os insights extraídos dos monitoramentos e da análise de leads gerados por post, as chances de o seu conteúdo gerar vendas é muito maior, já que o cliente vai receber uma oferta de um produto que ele já está procurando.”

O e-book também bate naquelas velhas teclas de estar atento aos melhores horários para a publicação e ao tipo de linguagem adotada para se comunicar com o público. Na primeira, dá uma dica: estude os horários em que grandes marcas fazem publicação e opte por fazer o mesmo apenas uma hora antes ou depois, para não disputar atenção. Na segunda, orienta que estude a maneira de falar dos clientes para então “adaptar a linguagem das suas publicações de forma que o canal de rede social da loja converse de fato com o público” – mais um bom uso do monitoramento, que ajuda a identificar a entonação, os termos e até mesmo os interesses dos clientes.

“Muitas empresas perdem grandes oportunidades de iniciar um relacionamento com um cliente ao ignorar uma menção que não parece, de início, corresponder a um lead, ou então ao criar respostas automáticas e impessoais nas redes sociais. Se um cliente fala com uma marca e recebe a atenção devida, as chances de ele se converter serão sempre maiores. Ninguém quer conversar com uma máquina. Dê respostas personalizadas, trate o cliente pelo nome, converse de verdade. Se não tiver o produto que ele procura, sugira alternativas.”

Indo além das páginas e perfis oficiais da empresa, o material ressalta que há várias oportunidades de gerar negócios a partir de simples conversas, por exemplo, no Twitter. Embora seja uma plataforma cuja popularidade diminui comparada às outras, as pessoas estão sempre falando dos seus desejos, aspirações e frustrações. “Por meio de um monitoramento de termos relacionados, você pode encontrar menções passíveis de uma interação”, ou seja, uma simples conversa pode se tornar um lead a partir do momento em que o potencial cliente é impactado pela mensagem da empresa.

Nesse caso, é importante para que esse texto inicial não seja muito pessoal, mas também não muito automático – uma vez que não foi “pedido” pelo usuário. Educação e naturalidade (sem forçar a barra) são os elementos essenciais para essa primeira interação. Além disso, o monitoramento precisa ser constante para que haja um timing correto para a interação – não adianta falar com um potencial cliente que falou que queria um celular novo há dois meses.

“Lançar uma campanha exclusiva para fãs e seguidores pode trazer grandes resultados. Experimente fazer uma campanha com condições especiais para aquelas pessoas que optaram por estar sempre conectadas à sua loja. A campanha pode ter duração pequena de um a dois dias e, além de trazer conversões imediatas, poderá ajudar em conversões futuras. Se o fã ou seguidor só está acompanhando a marca e não fez uma compra ainda, essa será a oportunidade de ter uma primeira experiência. Se ela for boa, com certeza irá gerar outras compras no futuro. Outra opção é dar acesso a novidades e oportunidades de pré-venda de produtos com exclusividade para fãs e seguidores. Você pode, por exemplo, criar uma landing page no seu site para cadastro de pré-venda e divulgar somente nas redes sociais. Seus fãs e seguidores se sentirão especiais.”

Algumas dicas que o e-book traz para a geração de vendas ou mensuração de resultados já são bastante comuns, mas vale ressaltar: o uso de plug-ins sociais nas páginas dos produtos para ajudar no SMO; pensar em estratégias para diferentes plataformas, como Instagram e Pinterest; sempre que possível, segmentar os posts para diferentes tipos de públicos (hoje, só possível ao impulsionar ou patrocinar uma publicação); buscar integrar o Facebook com a conversão de leads qualificados, buscando estratégias para obter os e-mails dos usuários, oferecendo descontos na primeira compra.

Outra ressalva importante é lembrar que o relacionamento no cliente não termina após a venda. É possível (e deve-se) utilizar a satisfação do cliente para agregar valor ao negócio, através de depoimentos num perfil social ou na própria página da empresa. Feito isso, é preciso localizar essa satisfação, replicar e agradecer, o que fideliza ainda mais o cliente – que deve continuar recomendando os serviços adquiridos. O mesmo serve, de forma diferente, para uma reclamação: é preciso localizar rapidamente, resolver o problema com rapidez e eficácia – levando para um ambiente interno, caso necessário, sinalizando ao usuário que todas as atitudes estão sendo tomadas para que aquele problema seja resolvido.

Também é importante utilizar links parametrizados com um URL builder (se possível, com domínios próprios, que gerem mais confiança ao usuário na hora de clicar) para que se possa analisar de onde vieram o tráfego e as conversões do site. Essa análise também precisa ser feito com os tipos de posts (foto, link, status) das páginas nas redes sociais e com os horários das publicações, o que pode orientar para onde seguir em busca de um melhor desempenho. Além disso, essa análise deve diferenciar bem os leads e as conversões vindas das mídias sociais daqueles que vieram se forma orgânica ou de campanhas pagas, para que cada um seja observado e acompanhado de maneira diferente, dentro dos contextos que lhes pertencem.

“Às vezes, as mídias sociais foram o caminho pelo qual a pessoa chegou à loja, mas nem sempre ela converte naquele momento exato. Discussões intermináveis sobre esse assunto acontecem em fóruns e eventos de e-commerce e marketing digital e a conclusão é sempre a mesma: o velho funil de vendas e a atribuição de conversão apenas ao ‘last click’ (último clique) não atendem mais às necessidades do mercado. Precisamos de ferramentas que atribuam créditos ao ‘first click’ (primeiro clique) e permitam a atribuição de pesos para cada parte do processo.”

funil-mkt

“Se as vendas orgânicas aumentarem e a participação das redes sociais também, a sua estratégia está funcionando bem. O que acontece é que as pessoas fazem caminhos não lineares e buscam informações em diferentes fontes antes de comprar. Elas podem ver um post ou clicar em um anúncio no Facebook, se interessarem, fazer uma pesquisa no Google e depois entrar novamente na sua loja e fazer a compra. Se você medir somente o ‘last click’, vai perder uma parte importante do processo que é a origem do lead.”

Por fim, a autora ratifica a importância das mídias sociais para gerar um relacionamento com um consumidor, apresentando um estudo realizado pela Syncapse, que revelou que fãs de uma marca online gastam 43% a mais do que consumidores avulsos. Ela ainda propõe um desafio para os gestores de mídias sociais de e-commerce: publique um produto nas redes sociais, encontre as conversões geradas por alguns dos posts recentes (com a ajuda do Google Analytics) e compare a média dos clientes no CLV (Customer Lifetime Value) com o grupo de clientes que vieram por outros meios. “Provavelmente o ROI de um fã será maior do que de uma pessoa que chegou na loja por outro tipo de mídia”, afirma.

“As mídias sociais podem fazer uma grande diferença para os seus negócios. Mas, para os resultados serem satisfatórios, é preciso fazer um bom planejamento com dados extraídos dos usuários, conhecer as plataformas, entender que é um caminho de mão dupla. Nesse processo, é fundamental saber ouvir o consumidor e medir os resultados de forma contínua.”

E-book: Um guia prático sobre Social Media Optimization, do Scup

scup-smoScup Ideas – Por Ana Brambilla

1. Partida

2. E eu com isso?

3. Estratégias

4. Insights

5. Ferramentas

6. Competências

7. Números

Sabe aquela história de que Social Media tem que ser um pouquinho de tudo (meio marketeiro, meio publicitário, meio RP, meio analista, meio atendimento, meio…)? Isso indica que, seguindo essa lógica, ele também precisa saber um pouquinho de tudo. E aí que entra a minha curiosidade por SEO – até sei o que significa e entendo como funciona, mas nunca busquei saber muito afundo. Então, vasculhando os e-books do Scup, encontrei esse “guia prático” que vai além do SEO para falar, num todo, sobre Social Media Optimization.

Escrito pela jornalista Ana Brambilla, é, sem dúvidas, um dos materiais da empresa mais bem escritos que já li. Diria que está no meu top 3 de e-books deles, junto ao do Marcelo Salgado sobre SAC 2.0 e ao do pessoal da dp6 sobre planejamento estratégico – todos os outros são muito bons em termo de conteúdo (principalmente o sobre métricas e KPIs), mas esses três citados têm uma disposição de leitura que flui, na minha opinião, melhor que os outros. Mas, voltando ao assunto principal, o livro aborda todo o conglomerado que envolve a otimização de sites e marcas ‘nas’ e ‘para’ as mídias sociais, tendo como objetivo: “atualizar a discussão sobre SMO, buscando acompanhar a evolução constante desses espaços, assim como a exploração de todas as possibilidades que eles oferecem em termos de ferramentas e boas práticas para melhorar a nossa imagem.”

A autora indica que o ponto de partida sobre essa discussão ocorreu em 2006, com um post de Rohit Bhagava, expert em marketing de influência, em seu blog, no qual ele trazia o “simples” conceito por trás do SMO: “implementar mudanças para otimizar um site para que ele seja mais facilmente linkado, para que esteja mais visível nos mecanismos de busca convencionais ou nas próprias mídias sociais.” Mal sabia ele que, 10 anos depois, o aspecto “sharable” da internet estaria tão em alta, com a cultura da colaboração já bastante consolidada. Seu post inaugural foi também importante pois apresentou algumas “boas práticas” para fazer um bom trabalho de SMO, que foram atualizadas em 2010, depois de tantas mudanças no modo como as pessoas se relacionam online. Abaixo, as regras originais e atualizadas trazidas pela autora – resumidamente, por mim:

As 5 regras de SMO: originais e atualizadas

1. Aumente sua linkabilidade / crie conteúdo compartilhável: para que o conteúdo seja dispersado por toda a rede, é preciso que ele seja relevantes (originais ou compilados) – aqui deve-se pensar no potencial viralizador que potencializa a visualização de um post.

2. Faça com que seu site seja facilmente tagueado e favoritado / facilite o compartilhamento: ao favorecer que o público favoritasse um site (à época), aumentava-se a chance que ele voltasse a visitá-lo – hoje, não basta que o conteúdo seja bom, mas precisa ser de fácil acesso ao compartilhamento (botões sempre à vista).

3. Retribua links recebidos / retribua o engajamento: um dos fatores que poderiam ajudar a posicionar melhor um site era a quantidade de links apontadas para ele, por isso a importância desse critério no SEO (Search Engine Optimization) – hoje, o engajamento garantido por meio de interações e diálogos com uma marca nas redes sociais são mais propícios a levá-los a um site.

4. Ajude o seu conteúdo a “viajar” / compartilhe conteúdo proativamente: era aconselhado o uso de plataforma de storage que facilitavam o compartilhamento dos arquivos, sobretudo com links de referência a eles ou mesmo ao seu próprio site – hoje, além de distribuir o conteúdo em plataformas de linguagens específicas, é importante divulgá-los constantemente nos perfis oficiais da marca nas redes sociais.

5. Estimule o mashup / estimule o mashup: estimular o mashup é criar condições para que a produção colaborativa de conteúdo aconteça de modo a promover um produto ou um site, ou seja, esta regra encoraja os donos dos sites a oferecerem o seu conteúdo para o público reproduzir, misturar com outros, noutros lugares e, de preferência, com link de volta para o site original – foi a única regra que se manteve intacta, ressaltando que a prática de se apropriar de um conteúdo foi algo que só cresceu nos últimos anos.

“As cinco regras iniciais do SMO são altamente complementares entre si e traduzem um cenário que já sofreu mudanças significativas. Ainda assim, o valor que elas trazem – fortemente marcado pelo compartilhamento – é algo que não perdeu a importância. Ao contrário: quanto mais sharable um site for hoje em dia, melhor!”

O contexto que se destaca o SMO é na prática do marketing de conteúdo, assunto sobre o qual já li e escrevi de um e-book aqui no blog. Isso significa ir além da auto-promoção e criar conteúdo relevante, de qualidade, útil de alguma forma para o seu público – é manter uma frequência de assuntos de postagem que seja 20% institucional e 80% sobre conteúdos diversos que vão de encontro aos valores e missão da marca. Ou seja, tudo precisa estar em harmonia: tanto a produção desse material quanto o modo como ele pode – e deve – ser estimulado a se propagar na internet.

“A baixa taxa de cliques em banners publicitários de sites mostra há anos que o formato de ad display já virou paisagem ao olhos do usuário padrão. O mesmo está acontecendo com a coluna da direita do Facebook ou com o quadro amarelinho na página de resultados do Google. Nós, usuários, aprendemos a conviver com a mensagem publicitária no meio digital, até mesmo porque, sem ela, boa parte do conteúdo que consumimos não seria gratuita. Mas convivemos assim… ignorando.”

Dentro desse contexto, a autora explica a distinção entre compartilhamento e reprodução. Antes, explica que “é preciso flexibilizar o universo de assuntos sem perder o foco do público”, ou seja, as marcas precisam ficar mais humanas no sentido de tentar conversar diretamente com o seu público sobre assuntos que não exatamente estão ligadas ao que elas oferecem, mas que podem “satisfazer a um grupo nas várias áreas de interesse a que um ser humano pode se ligar”.

Para isso, as empresas precisam entender os valores por trás das diferenças entre reproduzir e compartilhar. Segundo a autora, a reprodução envolve uma apropriação (geralmente indevida) do conteúdo de terceiros e republicação no site da marca. Já o compartilhamento se aproxima de uma curadoria de conteúdo espalhado pela rede (demonstra que houve um cuidado em procurar e identificar posts, vídeos, histórias, links que pudessem interessar ao seu público); é apenas a sugestão de um caminho, a indicação de um link onde o usuário, ao clicar, poderá aproveitar o conteúdo em seu local original de publicação.

Ao retuitar ou compartilhar um conteúdo da concorrência, há vários fatores em jogo, que podem ser negativos e positivos ao mesmo tempo:

  1. Dou visibilidade ao meu concorrente, mas mostro que meu compromisso em dar ao meu público aquilo que eu acho que interessa a ele é maior do que qualquer aspecto mercadológico que, no fundo, só importa pra mim;
  2. Estou levando o usuário a clicar no link do meu concorrente, mas o fato de ele ter encontrado esse link através de um compartilhamento meu faz com que ele sinta que o meu perfil é mais completo do que o perfil do meu concorrente. Assim, ele nem precisará seguir tantos outros perfis além do meu;
  3. Se meu concorrente tiver uma boa noção de SMO, irá retribuir o compartilhamento.

Cuidados:

  • O compartilhamento excessivo pode quebrar a identidade de sua marca na rede. Procure ter foco no conteúdo que compartilhar. Sobretudo, equilibre postagens de conteúdo original, associados 100% à sua marca e postagens de compartilhamento.
  • Observe bem antes de compartilhar: seu público vai gostar desse conteúdo? Sua marca pode se beneficiar ao ser associada a ele? Piadas, frases religiosas e imagens fofinhas costumam cair no agrado de um grupo bastante extenso. Mas o que isso pode dizer a respeito da sua marca? Tente ser mais específico na hora de selecionar o que for compartilhar. Quais são os interesses pontuais do meu público além do meu produto?

Noutro capítulo, a autora aborda as relações pelas quais quatro grandes universos de trabalho e discussão se estabelecem. Ao falar sobre conteúdo, é explicado que este deve ser o ponto de partida para qualquer coisa. Independente de qual seja a atuação da página (um supermercado, uma farmácia, uma floricultura, uma personalidade ou até mesmo um político), é possível fazer conteúdo de qualidade para qualquer segmento – que deve ir além da auto-promoção, buscando um universo de conversa comum com o público.

O segundo universo é o das mídias sociais, do qual a relação com o conteúdo é estreita, uma vez que pode ser produzido nessa plataforma ou de forma apenas a compartilhá-lo. Para explicar isso, ela aborda três aspectos fundamentais para se pensar a atuação nos sites de redes sociais – que, na minha opinião, embora todos sejam muito importantes, o ludismo sobre o qual ela fala com maestria é essencial para a discussão acerca desse trabalho:

Humanização

“Qual é o tom da conversa por ali? Formal, tal como no site oficial da marca? Ou mais coloquial na analogia de sempre entre mídias sociais e a mesa de um boteco? Não é porque uma marca é pessoa jurídica que ela não pode conversar em pé de igualdade com uma pessoa física que, aliás, sabe que quem manda ali é ela! Portanto, nada de oficialismos nem de linguagem rebuscada. Use a primeira pessoa do plural – nós – sem restrição, mostre cenas do cotidiano da empresa, dos funcionários, participe das discussões, responda sempre (ou sempre cogite responder quando for citado), compartilhe!”

Relacionamento

“Entenda que não faz o menor sentido estar num espaço dialógico e não dialogar. Infelizmente ainda tem muita empresa que cria perfil em várias redes sociais e se mantém blindada, ou pior ainda: só jogando conteúdo, one-way. Isso sem contar que cuspir links ou mesmo postar respostas automáticas e padronizadas é trabalho que qualquer robô faz. Portanto, criar a consciência de que uma marca tem de se relacionar nas redes sociais é tarefa que compete também a nós, que trabalhamos com mídias sociais. […] Conversar, em redes sociais, já não é mais escolha.”

Ludificação

“O estar-junto que as mídias sociais promovem criam a condição perfeita para um mergulho ao ludismo, um contraponto ao utilitarismo que atravessa todas as demais esferas da vida de um cidadão: trabalho, família, despesas, obrigações civis, religiosas e etc. A rigidez desses setores que habitamos sem escolha exige de nós uma postura essencialmente racional, produtiva e utilitarista. Para manter-se ativo nessa engrenagem social, é natural do homem buscar um equilíbrio dentro de si e com aquilo que o faz sentir parte de um grupo maior: a socialidade. Esse equilíbrio vem de um certo ‘revezamento’ entre tudo o que é rotina e momentos de festa, de orgia, de celebração, de improdutividade, de noção de tempo fortemente centrada no presente – aí está o lúdico, como peça fundamental na constituição de qualquer sociedade.”

Continuando com os universos de trabalho, a autora fala sobre o SEO, que “se alinha às práticas que vimos até agora por meio da escolha de títulos bastante descritivos aos conteúdo e também aos posts”. Além disso, ressalta o bom aproveitamento de perfis de redes sociais “para a criação de incoming links e divulgação em todos os espaços possíveis da Url do seu site”, e também “do uso de plataformas de compartilhamento de conteúdo para disseminar o seu link e torná-lo cada vez mais fácil de ser encontrado”.

Fechando essa parte com SMO, a autora ratificar a importância de “entender os algoritmos de cada mecanismo [de busca]” de cada plataforma de redes sociais. De forma mais aplicada e específica, ela lista algumas “boas práticas” para o uso do YouTube, Twitter, Instagram, Foursquare, Pinterest e Facebook – tentando explicar maneiras de se trabalhar para que “um conteúdo em redes sociais […] seja mais encontrado por quem fizer uma busca por ali.” Como é uma parte bastante específica com pontuações de cada uma das plataformas, sugiro a quem tenha interesse que faça a leitura direto do e-book.

Seguindo essa mesma lógica de “boas práticas”, são apresentados diversos tipos de conteúdo e formatos de posts que geram mais engajamento: citações, “complete a frase”, trívias, datas comemorativas, brincadeiras, enquetes, vídeos, acompanhamento de um evento, compartilhamento de pesquisas, adaptação aos memes, posts curtos, etc. Além disso, aquela velha história de perceber qual é o melhor horário para se postar e variar nos formatos de posts. Outra lista que a autora faz traz as ferramentas e recursos “para o dia a dia do profissional de SMO” – que, novamente, sugiro conferir direto do material.

Por fim, no capítulo “Perfil do profissional que trabalha com SMO”, a autora faz uma descrição quase poética de algumas atribuições destinadas ao profissional comumente conhecido como Community Manager. Para facilidade de leitura, listei essas funções/características abaixo:

  • Relacionamento/atendimento
  • Deve ter facilidade em se relacionar bem com diferentes grupos;
  • Paciente e gentil, ele faz a articulação entre áreas de conteúdo, marketing e desenvolvimento com didática para explicar conceitos e necessidades que nem sempre estão claras para todas as equipes envolvidas;
  • Humilde, o profissional que trabalha com redes sociais sempre considera a possibilidade do diálogo quando mencionado por um usuário;
  • Também é o sujeito que irá lidar com críticas e irá administrar crises;
  • Nunca rebate ofensas ou acusações – é educado, polido e quando necessário, assume erros e pede desculpas;
  • Tem o papel de esclarecer situações onde o público erra, mas precisa ser suave no discurso;
  • Coloquialismo sem miguxês e um bom toque humano no discurso são indispensáveis para dar o primeiro passo numa negociação com a comunidade nas redes;
  • Deve conversar com os consumidores, humanizando a empresa e cativando o público;
  • Encontra uma linguagem não oficialesca para aproximar-se daquele grupo de clientes (sutil e não abre mão de uma ortografia impecável);
  • Tenta ser o mais transparente possível ao se relacionar com a comunidade, sempre zelando pela boa imagem da empresa;
  • Internamente
  • Não teve ter vergonha de perguntar como algo funciona, afinal, este é um cenário em constante transformação;
  • Deve estar profundamente alinhado com as políticas, os valores e os processos da empresa;
  • Deve ter autonomia para dar uma resposta rápida e correta ao usuário;
  • Se o assunto fugir do seu conhecimento, o caminho mais correto é procurar por representantes de outras áreas ou mesmo do alto escalão da empresa;
  • Multitasking, geralmente esse sujeito é solitário e acumula tarefas que seriam melhor desempenhadas por 5 ou 50 colegas;
  • Precisa estar apto a explicar, pacientemente, os valores envolvidos no trabalho com mídias sociais aos seus gestores, que embora reconheçam a necessidade de ter um profissional voltado a essa atividade, nem sempre estão por dentro da real rotina desses ambientes;
  • Fazem parte do seu foco: ativação, monitoria, relacionamento, planejamento de ações e acompanhamento de resultados;
  • Sempre dá um jeito de encaminhar a dúvida ou a reclamação de alguém para o setor responsável;
  • Cauteloso, avalia risco, pois sabe que a responsabilidade pela inovação é toda sua;
  • Não pode ter medo e ajuda que os gestores percam o medo diante da inovação;
  • Tem o papel de pensar à frente, preparando ações antecipadamente, especialmente se envolvem datas comemorativas ou lançamentos de produtos pela marca que representa;
  • Conhecimento
  • Antenado, participa de grupos de discussão e vai a eventos da área para atualizar-se sobre novas ferramentas, práticas e casos de sucesso ou fracasso que marcam a evolução do setor;
  • Deve guardar parte de seu tempo para o estudo, sempre;
  • Criativo, está sempre inventando e experimentando formatos que engajam ainda mais o público, descobrindo ferramentas novas, sugerindo ações que até hoje ninguém fez;
  • Precisa provar que tem conhecimento suficiente para conduzir o inesperado.

Por fim, fala-se sobre a mensuração dos resultados do trabalho de SMO. Como já faz um tempinho que o livro foi publicado pelo Scup (fevereiro de 2013), algumas das técnicas citadas já foram atualizadas ou substituídas por meios mais rápidos ou completos. Mas é aquilo de sempre: pensar objetivos, definir metas mensuráveis e analisar os números dentro de todo um contexto e cenário da marca.

“Não importa a régua que você escolher para medir os resultados do trabalho com SMO. É fundamental, no entanto, que você siga à risca uma rotina para coleta de dados e produza relatórios, pelo menos, uma vez por mês para nortear o trabalho. Mais que um documento cheio de números para passar aos gestores, o relatório de mídias sociais é um apoio que nos mostra onde erramos, quando acertamos, o que nosso público prefere e, sobretudo, para onde devemos seguir.”

E-book: como se tornar um rockstar do marketing de conteúdo, do Scup

scup-mktdeconteudoScup Ideas – Por Jim Lodico

1. O velho marketing

2. Conteúdo: o futuro do marketing

3. Vantagens do marketing de conteúdo

4. Migrando para o conteúdo

5. Ciclo de vendas

Alguns termos na área de marketing digital e no mercado de social media chamam atenção por serem constantemente mencionados. No meu caso, marketing de conteúdo era um deles. Tentando compreender completamente do que se trata, encontrei esse e-book do Scup com um título irresistível… Baixei, li, fiz minhas anotações, escrevi aqui e aprovei.

Com apenas algumas páginas, o autor do livro (que é norte-americano, aliás – não sei porque isso faria diferença, mas resolvi mencionar de qualquer jeito) faz um apanhado resumido do que se trata marketing de conteúdo. É interessante porque ele fala sobre “marketing do futuro” de forma espontânea trazendo questões que me parecem bastante pertinentes, com explicações plausíveis e reais. Além disso, dá algumas (várias) dicas de como montar um trabalho de marketing de conteúdo na sua empresa e gerar bons leads para vendas. Sobre isso, devo comentar que, sob minha interpretação, talvez o material tenha um foco para negócios B2B (principalmente no final, quando fala sobre o funil de vendas), mas a compreensão geral sobre o assunto pode ser adotada para os mais diversos fins.

Muito se fala sobre mídia programática, remarketing e retargeting – colocando em palavras simples, aquela história de utilizar o cachê do seu navegador para “inteligentemente” programar um anúncio do Google num lugar estratégico de um site ou na barra lateral do Facebook. No entanto, cada vez mais, assim como os outdoors nas ruas, as pessoas estão aprendendo involuntariamente a ignorar esse tanto de conteúdo. Mais que isso, as pessoas estão cansadas de serem bombardeadas com o que não querem, por isso optam por serviços que não lhes mostrem propaganda ao assistir uma série ou utilizam ferramentas que bloqueiem anúncios em sites e blogs.

“Como consumidores, estamos aprendendo a nos livrar da publicidade tradicional. Fomos tão bombardeados com propaganda que aprendemos a ignorá-la completamente. Pense na última vez em que você clicou em um banner de um site. Considere quantas páginas da internet você lê em um dia e em quantos anúncios você realmente clica – se é que você repara neles.”

Neste e-book, o autor apresenta o conceito de marketing de conteúdo como aquilo que ajudará as empresas a driblarem esse novo desafio do marketing digital. Segundo ele, as empresas devem parar se se ancorar em espaços de terceiros e começar a atrair as pessoas através da produção de conteúdo próprio, pois “o bom marketing deve pensar como seu público-alvo.”

Conforme explica o material, as pessoas estão constantemente na internet buscando algo que elas desejam. Essa procura pode ser tão simples quanto um vídeo engraçado no YouTube ou uma pergunta que pode decidir uma compra de serviço ou produto – “O futuro do marketing está na sua habilidade em fornecer esse tipo de informação aos clientes potenciais.”

“Para fornecer a informação que o público em potencial busca, as empresas devem se tornar publishers, chegando mesmo a substituir recursos tradicionais como revistas e newsletters. […] Quando o marketing começa a publicar conteúdo e não apenas criar publicidade, ele se transforma em uma aposta de toda a organização, não se limitando apenas ao departamento de marketing.”

Defensor e entusiasta do marketing de conteúdo, o autor apresenta algumas das vantagens que esse tipo de estratégia pode oferecer às empresas – e aqui o principal aspecto a se destacar é a “qualidade” dos aspectos, seja no relacionamento com os clientes, na eficácia da segmentação ou na duração de vida do conteúdo. Confira:

1. O conteúdo cria interações significativas e de alta qualidade com o público-alvo: quando uma informação publicada ajuda realmente um cliente em potencial, estimula o pensamento, gera debate ou simplesmente diverte, está se criando um relacionamento com o cliente que a propaganda tradicional não consegue alcançar.

2. O marketing de conteúdo é muito mais focado do que a propaganda tradicional: são usadas análises precisas em todos os estágios para mirar e atrair uma audiência muito específica. Assim, embora o número de visualizações do conteúdo seja muitas vezes menor do que o obtido pelo marketing tradicional, as taxas de conversão tendem a ser mais altas.

3. Longa vida útil: o conteúdo de alta qualidade pode ter um “prazo de validade” maior do que a propaganda ou os comentários em mídias sociais. Informações confiáveis e valiosas para o público-alvo podem trazer leads novos e duradouros.

4. O conteúdo produz um lead melhor e mais qualificado: ao fornecer suas informações, o lead demonstra um claro interesse no assunto proposto. Enquanto informações de valor são oferecidas e debates em torno das informações se estabelecem, cria-se uma sensação de confiança com seu público-alvo.

5. O marketing se transforma em um processo contínuo: as campanhas publicitárias tradicionais tendem a um impacto imediato e altamente visível, enquanto que o marketing de conteúdo é um esforço contínuo, de longo prazo, que frequentemente começa lento e ganha força por um período prolongado. Esforços de marketing de conteúdo bem sucedidos terão normalmente uma curva ascendente contínua conforme a campanha vai ganhando força, desenvolvendo seguidores e ganhando popularidade.

Parece bastante atrativo, não é? Mas exige tempo, dedicação e recursos. Para migrar para o marketing de conteúdo, a primeira coisa e se fazer é determinar quais são os objetivos dessa estratégia. Isso significa compreender totalmente qual é o propósito de utilizar o marketing de conteúdo e deixar claro como o desempenho será mensurado.

“Ao se estabelecer objetivos iniciais, é importante lembrar que somente a frequência do site ou o ‘curtir’ do Facebook não significa sucesso. Conversões que levam ao objetivo definido são sinônimo de sucesso.”

O segundo passo da migração, conforme o livro, é determinar bem quem é o usuário/cliente que deseja-se atingir. Para isso, é aconselhado que tente-se ao máximo criar personas ou perfis detalhados – com direito a nome, cargos, gênero, interesses pessoas, problemas diários, etc. – para a identificação da audiência – o que vai ajudar também na definição do conteúdo necessário. “Essas personas ajudarão a determinar o modo de abordagem de seu cliente em potencial através do conteúdo”, explica.

Tendo feito essa análise de planejamento estratégico, o material explica quais profissionais devem atuar na execução do marketing conteúdo, destacando cargos e responsabilidades que uma equipe completa deve ter, a seguir:

Gerente Sênior ou CFO – Chief Content Officer

  • Planeja estratégias de conteúdo, analisa sucessos e fracassos, adapta e desenvolve campanha de marketing de conteúdo

Chefe de Redação

  • Gerencia a publicação do conteúdo;
  • Solicita e gerencia a criação do conteúdo;
  • Estabelece e mantém o calendário editorial;
  • Coordena funcionários criadores de conteúdo e/ou freelancers;
  • Sua função é a mesma de um chefe de redação de uma publicação tradicional – normalmente, um indivíduo com formação jornalística.

Gerentes de Mídia Social

  • Usa a mídia social para ampliar o alcance do conteúdo;
  • Cria diálogos em torno do conteúdo;
  • Constrói relacionamentos e envolve formadores de opinião para obter um maior alcance e ampliar a discussão;
  • Usa a mídia social para construir relacionamento da marca com o público-alvo;
  • Responde perguntas sobre a marca em redes sociais;
  • Trabalha para desenvolver defensores da marca entre os atuais clientes;
  • Utiliza avançados índices de mídias sociais para medir a eficácia dessas redes;
  • Monitora conversas nas mídias sociais e busca oportunidades de engajar;
  • Utiliza o monitoramento e os índices da mídia social para identificar e criar relacionamentos com formadores de opinião;
  • Trabalha para ampliar o alcance do conteúdo através de formadores de opinião em mídias sociais;
  • Utiliza o monitoramento e os índices da mídia social para identificar necessidades de conteúdo do público-alvo.

Publisher/Administrador de Site/SEO (Otimizador de Mecanismos de Busca)

  • O publisher ou administrador de site publica o conteúdo on-line;
  • Geralmente inclui designers que produzem ilustrações gráficas, vídeos ou apresentações de slides on-line;
  • Otimiza posts de blog ou conteúdo para sites de busca;
  • Mantém boas práticas de SEO e trabalha para aumentar a visibilidade do site.

Outro fator importante do marketing de conteúdo que o livro traz é a necessidade de mídia própria – no caso, um site (que, por ser independente e ditar as próprias regras, deve ser independente das mídias sociais). Este precisa ser otimizado para o público-alvo, com uma boa navegação, fácil leitura e fácil acesso a conteúdo. É necessário pensar uma página que seja responsável, adaptada a todos os tipos de telas e que tenham uma boa otimização para mecanismos de buscas (SEO, on-page páginas com meta tags e descrições) – tudo isso em equilíbrio entre a equipe de TI e de marketing, permitindo principalmente à última a acessibilidade de funcionalidade de gerenciamento de todo o conteúdo.

“Seu site é a base em que o conteúdo é publicado, onde os funis de venda se desenvolvem e as conversões acontecem. Por isso, ele precisa ser otimizado para publicação. Isso significa que ele precisa ser de fácil atualização, adaptado às necessidades de mudanças, crescimento e desenvolvimento. Além disso, precisa também ser fácil de utilizar, pois o marketing de conteúdo necessita de constantes publicações de posts de blog, páginas iniciais, ofertas de conteúdo, formulários para coleta de dados e etc. […] “A mídia social deve ser apenas uma extensão do seu site, ampliando o alcance do seu marketing de conteúdo. Entrar em mídias sociais sem uma base sólida é se expor às ‘intempéries’ desses espaços.”

Outra dica essencial do e-book é o potencial de reformatação e redefinição do conteúdo – que é infinito e fundamental em uma campanha de marketing de conteúdo. Ou seja, posts do blog podem se tornar publicações destrinchadas para uma página no Facebook; um e-book pode se tornar um post em um blog; um vídeo no YouTube pode se tornar outra coisa em outra plataforma; e assim por diante…

“O funil de vendas é o processo pelo qual o cliente em potencial passa, desde o primeiro contato até a venda final e o pós-venda. Os diferentes estágios do funil de vendas exigem diferentes tipos de conteúdo. […] Isso torna necessário determinar as questões e objeções que possam surgir em cada estágio do funil de vendas, e como é possível fornecer conteúdo ou informações que respondam a essas questões e afastem objeções dos potenciais clientes.”

Um aspecto legal do livro é que ele trata de alguns conceitos comuns da área de marketing (tradicional). Um deles é o funil de vendas, sobre o qual ele explica a necessidade de entender cada uma das fases dos prospects e da necessidade de criar um tipo de conteúdo diferenciado para cada estágio do processo, a conferir:

Topo do funil – potencial externo

“O cliente em potencial no topo do funil de vendas ainda não expressou interesse na empresa ou na marca. Nessa etapa, eles são atraídos por conteúdo, tais como posts de blogs e apresentações em vídeo que chamam sua atenção ou vão de encontro às suas necessidades. A meta nesse estágio do jogo é capar informações básicas do lead (nome e e-mail) em troca de um e-book, um webinar ou alguma outra oferta. […] Determine e forneça o que o cliente necessitas.”

Conteúdo: dados gerais que informam ou auxiliam o público-alvo a solucionar problemas; uma visão geral em troca de poucas informações (nome, e-mail) – um post de blog ou outro conteúdo “gratuito”

Meio do funil – alvo identificado, cuidando do lead

“Clientes em potencial, quando chegam ao meio do funil de vendas, já demonstraram um interesse em sua marca e buscam a informação fornecida. O relacionamento e a confiança estão se formando através do conteúdo oferecido. Nessa etapa, é preciso cuidar dos leads em potencial através de uma mistura de conteúdo informativo e dados específicos do produto.”

Conteúdo: coleta de informações mais fácil (relacionamento e confiança entre as partes sendo formados); pode normalmente ser gerenciada através de automação de marketing, como uma série de e-mails que é enviada automaticamente durante certo período

Fim do funil – o lead vira cliente

“Nesse ponto, o cliente manifestou interesse na empresa ou nos produtos/serviços oferecidos. O contato no meio do funil ajudou a qualificar o lead e análises avançadas demonstram que o cliente está ativamente buscando informações em seu site. É nesta etapa que pode haver necessidade de contato pessoal, como uma oferta de demonstração do software, ou quando uma análise personalizada é encaminhada à equipe de vendas.”

Conteúdo: contato pessoal; oferta de uma análise customizada ou um teste gratuito; o lead está qualificado e o conteúdo foi usado no desenvolvimento do relacionamento e da confiança; busca-se converter o lead em cliente efetivo

A mensagem que o e-book quer passar é bem clara: o marketing de conteúdo tem tudo para ser o futuro do marketing. As pessoas estão na internet em busca de conteúdo – seja ele informativo, explicativo ou simplesmente de entretenimento. As empresas têm a capacidade de produzi-los e eles não “incomodam” ninguém (não aparecem interrompem uma série nem poluem um blog) – é “um conteúdo tão poderoso que deixará o cliente querendo mais, é o que irá fazer a diferença e destacá-lo, trazendo os compradores direto para a sua porta”. Não importa o tipo de conteúdo, tem que ser realmente e útil para o público a quem se fala.

“O marketing de conteúdo é uma iniciativa de longo prazo e os resultados não são imediatos. A oferta de conteúdo precisa ser criada, sites devem ser desenvolvidos para acomodar as necessidades do programa, e estruturas de gerenciamento interno e externo precisam ser estabelecidas. Porém, a contínua publicação de qualidade, com o tempo, cria um efeito ‘bola de neve’ quando o público descobre seu conteúdo e o compartilha com outros, desenvolvendo uma maior e melhor audiência. O ponto mais importante é ser flexível: ter capacidade de se adaptar a mudanças de público, de tecnologias e de necessidades internas.”